Por Texto por Marcela Rodrigues
Em 2016, quando foi anunciado que o grande clássico dos anos 90 Jumanji (1996) finalmente teria a sua sequência, confesso que fiquei com um pé atrás. Não é de hoje que Hollywood está tentando ganhar mais dinheiro mexendo com a nossa infância e nostalgia e, muitas vezes, não conseguindo nem ao menos se igualar ao impacto cultural que os originais tiveram. Porém, quando eu vi Jumanji – Bem-Vindo à Selva (2018) fui completamente surpreendida com o quanto eu tinha gostado e me divertido assistindo-o, que ouso dizer, faz jus ao seu antecessor. Após a boa recepção do público e a excelente arrecadação nas bilheterias, a Columbia Pictures anuncia mais um filme intitulado Jumanji – Próxima fase, e novamente a ideia não me agrada. E se tem uma coisa que eu aprendi após assistir a esse filme, é que Jumanji não deve ser subestimado.
Dessa vez, o filme se passa um ano após os acontecimentos de Jumanji – Bem-Vindo à Selva e os quatro adolescentes principais estão vivendo suas vidas em diferentes partes do país, mas sempre mantendo contato. Todos resolvem voltar para casa para as festas de fim de ano e matar a saudade. Somente Spencer (Alex Wolff) parece não gostar dessa ideia, já que não está vivendo a vida aparentemente perfeita como seus amigos. Ele se sente inseguro e perdido, muito diferente de quando viveu na pele o destemido Dr. Bravestone (Dwayne Johnson), seu avatar em Jumanji. Isso o motivou a voltar sozinho para o jogo e tentar recuperar sua confiança. Quando seus amigos descobrem o que aconteceu, decidem também voltar à Jumanji para ajudá-lo.
Assim que entram no jogo, percebem que algo está diferente, eles não puderam escolher seus personagens. Com isso, alguns avatares ficam com personalidades diferentes do que foram apresentadas no primeiro filme, como a do atleta Fridge Johnson (Ser’Darius Blain) vivendo como o atrapalhado Professor Shelly Oberon (Jack Black), o idoso avô Eddie (Danny DeVito) como o personagem de Dwayne Johnson, e seu velho amigo Milo Walker (Danny Glover) na pele de Mouse Finbar (Kevin Hart).
Jumanji – Próxima Fase vai fazer você gargalhar com a interpretação de Johnson e Hart agindo como dois idosos confusos com a situação em que se meteram, aproveitando o fato de estarem sem dores nas juntas, e Jack Black, com seu personagem indignado por ter ficado com um avatar considerado o mais frágil do jogo. Por ter sido a única a ficar com o a mesma personalidade do primeiro filme, a interpretação de Gillan acaba ficando um pouco desinteressante comparada com a de seus colegas. O ponto fraco desse filme é a tentativa de trazer cenas para o lado mais emocional, com a intenção de mostrar a evolução dos personagens, o que não convence e acaba por não criarmos um vínculo forte com eles.
Com relação às outras partes técnicas, não há muito o que dizer, apresentados de forma despretensiosa, sem muita relevância, mas que atende à proposta do filme. Se você procura um filme só para dar umas boas risadas, tenha certeza de dar uma conferida na continuação dessa aventura.