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Kursk – A Última Missão (2018)

Texto por Marcela Rodrigues

Kursk – A Última Missão conta a história do submarino nuclear russo que afundou no mar de Barents em 2000. Essa história causou uma comoção mundial pois, por questões de proteção de segredos militares e orgulho, a marinha russa mostrou-se muito reticente em aceitar ajuda internacional oferecida de vários países para salvar os mais de 20 sobreviventes do acidente.

Dirigido pelo renomado diretor dinamarquês Thomas Vinterberg (A Caça), o filme nos leva a sentir o desespero e o desejo de sobrevivência dos marinheiros presos no Kursk, a revolta pela falta de informações dadas às suas famílias que buscam notícias sobre o bem estar de seus maridos e filhos, e também a frustração pela falta de preparo da marinha russa para o resgate.

Um grande fator desse filme é a noção do tempo. E já vemos isso de forma sutil logo na primeira cena do filme, na qual o personagem Mikhail Averin (Matthias Schoenaerts) brinca com seu filho, deixando em destaque o cronômetro do relógio. Ao longo do filme, isso vai ficando mais evidente conforme percebemos que o tempo necessário para o resgate é limitado e bastante desperdiçado.

Colin Firth é comandante inglês que tentou dar ajuda aos sobreviventes.

Kursk é o tipo de filme que faz você ficar tenso, ao ponto de segurar os braços da poltrona do cinema e se envolver com todas as narrativas contadas, com destaque para a cena em plano sequência, em que Averin e seu companheiro precisam atravessar um compartimento completamente submerso. Outro destaque para o roteiro são as cenas dentro no submarino (já que até hoje não há como saber o que eles enfrentaram lá), que consegue desenvolver os personagens, fazendo com que os espectadores se envolvam com eles e torçam pela sua sobrevivência.

Léa Seydoux interpreta a esposa de Averin desesperada para saber o status de seu marido e o andamento do resgate. A interpretação é o reflexo daquilo que as pessoas civis viveram naquela época, ao acompanharem as notícias, e nos aproxima mais dos nossos heróis, mesmo não estando em cena. Colin Firth fica com o papel do comandante da marinha real britânica que oferece ajuda para o resgate, mas suas tentativas de auxílio são frustradas pela marinha russa em querer provar que são capazes de encontrar uma solução sozinhos.

É interessante ver como roteiro e direção trabalham juntos, já que o roteirista, Robert Rodat, tem inúmeros blockbusters em seu portfólio, como O Resgate do Soldado Ryan (1998), O Patriota (2000) e, mais recentemente, Thor: Mundo Sombrio (2013), enquanto Vinterberg, juntamente com Lars Von Trier, criaram o Dogma 95 com a proposta de realizarem filmes mais realistas e consequentemente menos comerciais. No entanto, essa divergência não ofuscou o talento de nenhum dos dois, e pode mostrar que Vinterberg é capaz sim de entregar um filme de ação com a mesma grandiosidade já conhecida, o que faz esperarmos ansiosamente para o que ele pode trazer em seus próximos projetos.

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