Depois de três anos desde o lançamento de Noé, Aronofsky está de volta em um trabalho que promete, no mínimo, fazer o público se contorcer de agonia.
O longa, além de dirigido, também foi escrito por Darren Aronofsky, responsável pelo premiado Cisne Negro. Nos papéis dos protagonistas, estão Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida) e Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez). Também fazem parte do elenco Michelle Pfeiffer (Scarface), Ed Harris (Pollock), Brian Gleeson (Branca de Neve e o Caçador) e Domhnall Gleeson (Questão de Tempo).
Um casal vive isolado em uma casa no campo, que foi recentemente reformada pela mulher. O marido é um escritor em busca de inspiração, enquanto a esposa leva uma vida de dona de casa e tenta fornecer o máximo de conforto ao amado. A vida de ambos muda quando dois estranhos aparecem e acabam ficando hospedados lá.
Apesar de Bardem e Lawrence protagonizarem a produção, quem realmente se destaca são Ed Harris e Michelle Pfeiffer. Não que os outros não estejam bem, mas o casal está muito melhor. Até os diversos figurantes são de grande acréscimo ao resultado final do filme. Na nova produção, os nomes dos personagens não são citados.
Não tarda a ser criada uma atmosfera de desconforto que permeia durante todo o restante da trama. Isso se deve em parte aos planos subjetivos, que fazem com que o espectador passe a sentir as mesmas coisas que a personagem de Lawrence. E tudo é ainda mais torturante com os sons – no meio diegético – presentes nas cenas. Cada barulhinho tem a função de mexer com o público. E ainda são feitas diversas referências bíblicas que, quando compreendidas, deixam a experiência ainda mais interessante.
Apesar de ser definido como terror por muitos, é mais um suspense psicológico. Ele não dá sustos, mas angustia fortemente. Causa uma sensação de estranhamento, cansaço e incômodo, e são apresentadas cenas fortes que embrulham o estômago. Mãe! dá raiva, pena, desespero, náusea; ao mesmo tempo em que consegue levar lágrimas aos olhos do público. É o tipo de filme que você pode sair odiando, amando ou até mesmo sem saber o que sentir. Mais um trabalho do Aronofsky que perturba a mente do espectador.
Um filme bem intenso. O trailer não havia me preparado para uma experiência como essa. Esperava ver um terror convencional, mas acho que a surpresa foi boa, afinal. Um dos melhores filmes do ano, até o momento.