Lá pelo mês de setembro ocorre o TIFF, festival de cinema internacional de Toronto. É para ele que começam as divulgações de diversos filmes ambiciosos. Chamar a atenção em Toronto e ser bem recebido pela crítica por lá é praticamente uma confirmação de alguma indicação ao Oscar. É só lembrar de alguns filmes que foram exibidos ano passado.
Na lista tinha Argo, O Impossível, O Lado Bom da Vida, No, O Mestre, Kon-Tiki, A Royal Affair. Desses todos, os únicos que não têm nada que nunca foi indicado a um Oscar são os estrangeiros. Não é engraçado que os outros indicados a melhor filme estrangeiro sejam justamente o novo do Michael Haneke e um outro que tem recebido indicações e premiações em festivais como Berlim e Tribeca.
Coincidência? De forma alguma. Não que eu esteja dizendo que esses filmes são ruins. Aposto que são todos ótimos. Os dois que eu consegui assistir até o momento foram excelentes.
E quanto a todos os outros que também foram indicados nas categorias principais? Django Livre, do diretor que virou favorito da academia desde Bastardos Inglórios. Indomável Sonhadora, que ganhou uma penca de prêmios, como BAFTA e Cannes. Lincoln, que tem Steven Spielberg, Daniel Day-Lewis e Tommy Lee Jones num mesmo filme. A Hora Mais Escura, com diretora vencedora de uma das surpresas dos últimos anos e atriz que vem sendo indicada praticamente todo ano. Os Miseráveis, musical épico com direção já premiada anteriormente. O Vôo, com diretor e ator premiados. As Aventuras de Pi, que tem o Ang Lee. Até a Helen Hunt, de The Sessions, já ganhou um Oscar.
Quando fiz meu post comentando os indicados ao Oscar, fui questionado sobre o que chamei de filmes que são modinha. Modinha é isso aí. Não é difícil prever os filmes que serão indicados ao Oscar. Basta ver filmes que a crítica adorou em Toronto ou que foram liberados próximos ao fim do ano nos Estados Unidos com direção ou atuações de figuras repetidas. E a verdade é que não importa quem ganhe, ninguém é surpresa e tudo é modinha.
Mais uma vez. Dizer que esses filmes são modinha não é falar que são ruins, apenas aponto o porquê de eles serem indicações óbvias. Acho até o contrário, para um filme ser modinha ele precisa ter alguma qualidade. Um que poderia ter virado modinha fácil foi o tal do Na Estrada, que tem o Walter Salles adaptando um dos livros mais adorados da literatura estadunidense com o estilo de Diários de Motocicleta. Eu detestei Na Estrada, grande parte da crítica também o detestou e o filme não virou modinha. Eu fico agradecido por isso.
GERÔNIMOOOOOOOO…