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Morte Cega

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Não é incomum um crítico reconhecido de cinema se meter a diretor. Tampouco é incomum os filmes de críticos serem bons. Tivemos isso na França com a Nouvelle Vague. No Brasil temos o Kleber Mendonça Filho. E talvez tenhamos o mesmo com o Pablo Villaça.

Numa brincadeira de metalinguagem, Villaça conta a história de seu curta através dos sonhos de seu protagonista, que deseja filma-los. Literalmente, o filme que o personagem tenta realizar é próprio filme que assistimos. Ele acorda de um pesadelo e escreve o roteiro durante a insônia.

A pegada é que o pesadelo consiste no Geraldo Magela dentro de seu personagem cômico Ceguinho como um assassino. Achando a ideia genial, o diretor Francisco, resolve se encontrar com o humorista para convencê-lo a fazer o filme.

A metalinguagem é um recurso fascinante nas mãos de Villaça. À medida em que compreendemos o roteiro de Franscisco e suas dificuldades para concebê-lo compreendemos melhor o curta que assistimos. A metalinguagem serve de ironia.

Ao vermos Magela pela primeira vez sério e antipático, o filme gera risadas. Brinca com o personagem que ele construiu sem destrui-lo, como ele mesmo propõe em uma fala.

Filmado com uma Canon 5D, o filme expressa a beleza dessa câmera. Infelizmente a versão presente no vimeo tem qualidade baixa e não demonstra tudo o que o filme realmente é. Principalmente com diversos enquadramentos muito inspirados, com direito a referências a diversas obras cinematográficas.

Tem Poderoso Chefão, Laranja Mecânica. O nome dos personagens são referências. Um se chama Francis e o outro Martinho. Coppola e Scorsese para quem não pegou. O filme como um todo é uma carta de amor ao cinema.

Não é das mais belas, mas das mais divertidas.

[vimeo=https://vimeo.com/39672642]

GERÔNIMOOOOOOO…

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