Demorei a me render aos encantos das obras de Hayao Miyazaki. Por que? Talvez ignorância ou falta de oportunidade. Quem assiste aos seus filmes sempre anseia por mais. Ele criou universos ricos em sua grande maioria com protagonistas femininas fortes e independentes e sempre traz assuntos como natureza, tecnologia e a relação da humanidade com as mesmas. Em Ponyo, ele expõe sua criatividade mais uma vez ao abordar amizade e fenômenos da natureza de forma leve e infantil.
Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar (Gake no Ue no Ponyo), retrata a amizade entre um menino de cinco anos chamado Sôsuke, e uma princesa peixinho-dourado nomeada por ele de Ponyo, nome que ela adota com muito prazer. Eles se conhecem quando ela foge de seu lar no oceano e se envolve em apuros até ser salva pelo pequenino. A partir disso promete protegê-lo para sempre. Porém, o lugar de Ponyo não é com os humanos. O que faz com que Fujimoto, uma espécie de guardião (que já fora humano) dos mares, vá atrás dela. Ela volta, mas sente falta do amigo. A vontade é tão grande de rever Sôsuke, que ela causa sérios problemas tanto para os humanos quanto para as criaturas marinhas.
Ponyo e Sôsuke. Amizade que desafia os elementos.
Miyazaki escreveu o enredo inspirado pelo conto A Pequena Sereia e pela lenda japonesa Urashima Taro. O personagem Sôsuke foi construído a partir das características de seu filho, Gorō. Produzida pelo Studio Ghibli, estreou no Japão em 2008 e no Brasil apenas em 2010. O roteiro original japonês foi traduzido para o inglês por Melissa Matheson, roteirista do filme E.T., O Extraterrestre (1982).
O filme é excelente. O criador teve o cuidado de encaixar cada detalhe para sustentar a história de tal forma que não é possível perceber nenhuma ponta solta. Por mais que seja fantasia, tudo faz sentido. A amizade é retratada de forma leve e poética.
Há tempos esse filme havia sido indicado, mas eu o deixava de lado. Pois a pequena Mari olhava a imagem de Ponyo no mar e dizia que não queria ver um filme que se passava apenas na água. Foram tantas explicações de que não se deve julgar sem conhecer, que ela enfim se rendeu. A inocência da relação dos personagens, aliado aos traços delicados de Miyazaki, cores fortes, muito azul representando o mar e sua rica fauna, encantaram a Mari. Ela assistiu diversas vezes, e sempre com a mesma euforia.
Sem dúvida uma das melhores animações que vimos juntas. Inclusive, sempre que possível ouvimos a trilha tema, que é tão contagiante e divertida como o filme. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=WwUjDvqAYGo&authuser=0]
Beijo enorme!