Nesta terça-feira (27), 2016 proporcionou mais uma morte inesperada. Carrie Fisher, a eterna princesa Leia, morreu aos 60 anos, após quatro dias na UTI. De acordo com sites americanos, Fisher teria sofrido uma grave parada cardíaca nos minutos finais de um voo que ia de Londres a Los Angeles.
A notícia pegou todos de surpresa, já que a atriz voltava de um dos vários eventos de lançamento de seu novo livro – uma biografia de nome The Princess Diarist – quando passou mal pouco antes do pouso.
Nascida em 21 de outubro de 1956, Carrie era filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds – conhecida, principalmente, por seu papel em Cantando na Chuva. Acostumada ao tumultuado mundo de Hollywood, “fugiu” para Londres, em 1973, onde estudou por um ano na Royal Central School. No mesmo período, fez sua estreia no musical “Irene”, protagonizado por sua mãe.
A carreira no cinema começou em 1975, com a ajuda do ator Warren Beatty. Fisher ganhou um papel secundário no filme Shampoo, dirigido por Hal Ashby e protagonizado por Beatty. Mas sua grande guinada ainda estava por vir.
Dois anos depois, em 1977, o jovem diretor George Lucas tentava emplacar um filme sci-fi em que praticamente nenhum produtor de Hollywood acreditava. O filme, Star Wars – Uma Nova Esperança só foi surgir alguns anos depois; no relançamento, tinha apenas uma personagem feminina de destaque, a princesa Leia Organa do planeta de Alderaan.
Carrie Fisher, que tinha apenas 19 anos, só foi escalada definitivamente quando aceitou emagrecer 5kg para o papel. Mais tarde, em seu livro biográfico, ela descreve o episódio como “desanimador”. Mesmo com o penteado esquisito – que Fisher odiava-, a princesa Leia se tornou um símbolo sexual cultuado pelos nerds ao redor do mundo e por gerações.
Mesmo sendo considerada símbolo sexual – título esse que a própria atriz se assustava em manter -, Leia Organa também se tornou símbolo feminista, por tudo que NÃO era. A princesa nunca foi a mocinha que esperava ser salva pelo seu príncipe encantado e, ao contrário de todas as expectativas, ela mesmo salva o mocinho, Han Solo.
Carrie era Leia e Leia era Carrie. Carrie amava e odiava Leia Organa e todo o peso que ela trazia consigo. Mas, mesmo assim, a abraçou e a defendeu até o fim da vida.
Mas Carrie era mais que Leia, a princesa. Carrie era engraçada e, sempre que fazia participações em programas de TV, arrancava risadas. Quem não se lembra de sua participação em The Big Bang Theory e de sua voz em Family Guy, como Angela, chefe do protagonista Peter Griffin?
Ela era também escritora e roteirista. Além de sua autobiografia recém lançada, tinha no currículo cinco romances publicados. Não podemos esquecer de Wishful Drinking, monólogo teatral autobiográfico, em que Fisher expôs seus anos de lutas contra as drogas e a bipolaridade, além dos anos de Star Wars. O livro virou documentário da HBO.
Carrie era Leia, mas não era só Leia; ela era mulher, ativista, engraçada, inteligente e uma atriz de várias facetas. Ela partiu cedo, mas nos deixou presentes antes de ir; uma participação muito especial – e bem emocionante para os fãs da saga- em Rogue One e todas as suas cenas gravadas para o próximo filme, o Episódio VIII.
2016 nos levou Carrie Fisher, e sua mãe, a maravilhosa Debbie Reynolds, não resistiu. Enquanto organizava o funeral junto com o irmão de Fisher, Todd, a atriz veterana sofreu um AVC. Chegou a ser levada para o hospital, mas sucumbiu à perda da filha nessa quarta-feira (28).