De acordo com os boatos, o diretor Alain Resnais disse, ao descobrir que Spielberg faria um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, que o holocauto finalmente seria industrializado. Resnais errou ao apontar que isso ocorreria com A Lista de Schindler. O filme problemático de verdade foi O Resgate do Soldado Ryan.
Esquadrão americano durante a Segunda Guerra Mundial participa da invasão da Normandia e recebe a missão de encontrar um paraquedista perdido na França chamado Ryan (Damon). Os três irmãos de Ryan morreram na guerra e ele tem que voltar para que a mãe não tenha perdido todos os filhos.
Absurdo? Sim, o filme sabe disso. O que não o impede de ser estúpido nesse sentido. Do começo ao final, o capitão do pelotão, Miller (Hanks) reflete sobre a loucura do que fazem. Aos poucos, os soldados do pelotão morrem em situações tensas por conta de um homem. Mas o ridículo da situação serve para refletir a mensagem que Spielberg quer passar.
Ei-lo. O grande problema de O Resgate do Soldado Ryan: Presunção.
O filme busca estabelecer as razões pelas quais a guerra é válida. Abre e termina com a bandeira americana. A história é contada através do flashback do próprio Ryan, que lembra daqueles oito homens mandados para salvá-lo. Ele quer acreditar que foi merecedor da sobrevivência por ter levado uma vida digna, americana, com uma família extensa e muitos netinhos loiros e de pele rosada.
Soldado Upham. Personagem mais identificável e lógico é retratado como covarde.
Existem três tipos de filmes sobre a Guerra. Os que mostram o horror absurdo e desnecessário de enviar pessoas de boa vontade para a morte e a culpa do homicídio; Os que são acusatórios de governos e dos senhores das guerras; E os que a idolatram. Este último é o caso de O Resgate do Soldado Ryan.
O que o diretor Steven Spielberg e o roteirista Robert Rodat querem aqui é, basicamente, dizer que os sacrifícios de soldados nas guerras valem pelas vidas e pelos ideais americanos. Aqui representados como mães de casas do interior, professores de interior, famílias brancas e loiras e a liberdade defendida por Abraham Lincoln.
Não há como negar. Não fosse os americanos naquele conflito, o mundo atualmente seria um lugar muito pior, sexista, racista, xenófobo e homofóbico. Isso não justifica atos horrendos que eles protagonizaram durante e depois da Guerra. Mas aqui Spielberg diz que sim. E justamente por isso, O Resgate do Soldado Ryan é tão assustador.
Muito bem dirigido, bem fotografado, montado, sonorizado, trilhado e tudo o mais, o filme é a prova que qualidade técnica não é igual a um bom filme. Ainda conta com uma ironia interessante em relação ao elenco. Enquanto Tom Hanks já era o grande astro antes e depois, os coadjuvantes chamam a atenção depois de 18 anos.
Dos ótimos nomes relacionados, nenhum decolou ou conseguiu fazer sucesso. Mesmo com a presença de gente como Giovani Ribisi, Tom Sizemore, Barry Pepper, Adam Goldberg, Jeremy Davies, Matt Damon, Ted Danson, Paul Giamatti, Nathan Fillion e até o eterno Walter White, Bryan Cranston, quem fez mais sucesso foi o Vin Diesel. Todos, diga-se de passagem, estão bem no filme.
Hanks no único momento em que parece machão.
Hanks se esforça, mas interpreta um tipo de capitão durão que não condiz com a figura ou o porte dele. Nunca convence no papel principalmente porque é retratado, desde o começo, como um homem com uma tremedeira que é extremamente vulnerável.
O filme está no padrão O Nascimento de uma Nação. Exemplo de narrativa e linguagem cinematográfica, merece ser estudado pela realização técnica. Ao mesmo tempo em que deve ser repudiado pela mensagem perturbadora.
ALLONS-YYYYYY…
Ah que comentário mais de esquerdinha. O filme é excelente e Matt Damon ganhou em 2015 O Globo de ouro e levou multidões com a franquia identidade Bourne.
Caro Adilson, você tem o direito de discordar da minha opinião, mas falta embasamento. Dizer que o filme é bom só porque você gosta dele não vai refutar todos os argumentos que eu apresentei. Não sou de esquerda, mas mesmo que eu fosse, não vejo como isso seria argumento contra o que escrevi no texto. Da mesma forma, o Matt Damon ter ganhado o Globo de Ouro por Perdido em Marte não tem nada a ver com O Resgate do Soldado Ryan, assim como ter ganhado o Oscar de melhor roteiro por Gênio Indomável não tem relação. Nem as multidões da trilogia Bourne têm relação com este filme. E se o problema é visão política, Bourne é bastante contrário ao retrato de O Resgate do Soldado Ryan.
Peço que, por favor, fique calmo ao perceber que alguém tem opinião contrária à sua e pense antes de dar uma resposta sem sentido.
Que crítica horrível! Se agarra a questões secundárias enquanto não consegue captar as teses centrais do filme: os laços de fraternidade criados entre os soldados e o ideal de sacrifício, que fica muito mais que evidente na última cena da ponte. Cpt. Miller dá uma lição de liderança, de como o líder, que também tem sentimentos, deve se comportar diante de subordinados. É uma pena que questões ideológicas se sobressaiam no ponto de vista do escritor da crítica, e acabem limitando o teor das críticas a frases como “netinhos loiros de pele rosada”. Aqui não é uma questão de ser de direita ou esquerda, é uma questão de não conseguir ver a coluna dorsal de uma obra estupenda por causa de preconceitos claramente de matriz ideológica. Eis a minha crítica da crítica.
Abraços.
Que texto mais bobo. O autor deve ser aquele anti social que não brincava com ninguém na escola. Criado pela avó e soltava pipa no ventilador. Cresceu frustrado por não ter se tornado um homem forte com valores morais firmes como uma rocha. Aí quer relativizar tudo. Esse aí que critica os EUA e o fato de lá terem criancinhas loiras da pele rosada já mostra o despeito dele com quem é branco. A predominância do povo lá é branco, os pais fundadores foram brancos. Um país sensacional que resolveu seus problemas internamente sem.matar milhões de fome ou no paredão por tiro de fuzil igual aos países comunistas que certamente o autor deve achar uma maravilha. Crítica os EUA com tom racista mas pq não critica a escravidão escravidão existe até hoje entre tribos africanas? Pq não critica a barbárie entre os povos africanos. Foi o branco que ensinou isso?
Voltando ao filme:
Filme espetacular! Aborda questões que definem o caráter do homem ocidental. Honra, cumprimento do dever, a importância da família, a importância de confiar nos homens ao seu lado. Foram esses valores que fizeram o que o ocidente é. Não tá satisfeito? Vai plantar arroz na Coreia do Norte ou catar lixo em Cuba e Venezuela.
O autor não passa de um sujeito frustrado.
Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.
William Shakespeare