O maior problema de O Último Desafio é o seu astro. Não porque o Arnold Schwarzenegger é um péssimo ator. Isso é o básico dele. Antes de assistir ao filme eu assisti uma entrevista com ele e a maioria de suas respostas se resumiam a “Great shoot-outs and great action scenes.” Não vou negar que fui ver a produção com essa expectativa. E imagino que todo mundo o fez da mesma forma. Eis o grande problema, a expectativa que se tem de ver um filme do Schuarza.
Piora ainda o fato de que é um filme do Schuarza com o Johnnie Knoxville como alívio cômico. Pelo menos foi vendido dessa forma. Sendo que a verdade é que O Último Desafio é uma reinvenção de faroestes para os tempos modernos. Nada de westerns spaghettis. É aquele clássico faroeste norte americano, com um xerife enfrentando bandos inteiros em tiroteios e um duelo com o grande vilão no final.
Por sinal, o vilão é ninguém menos que o Eduardo Noriega. O cara de Abra Los Ojos e Espinha do Diabo. Fazendo uma canastrice interessantíssima, proposital. Infelizmente ele quase não antagoniza durante o filme.
O roteiro vai construindo aos poucos os conflitos. Apesar de ter uma história pífia. Um dos protagonistas dessa construção é o Forest Whitaker. O vencedor do Oscar nunca esteve tão ruim. É vergonhoso de ver. O xerife do Schwarza é experiente e vai se preparando para o conflito. Lá pelo meio do filme os vilões e os mocinhos começam sua disputa. Tem muito sangue, os vilões erram tudo, os mocinhos acertam bastante e por aí vai.
Quando o Scharza persegue o Noriega, ele vai de Camaro, enquanto o inimigo usa um Corvette ZR-1. Dois carros com vários cavalos de potência. Uma possível referência a dois cavaleiros em suas montarias. No final, ele até prende o bandido a la faroeste.
Vale a pena prestar atenção no Rodrigo Santoro. Ele tem o personagem mais complexo e desenvolvido do filme, é o único do elenco estrangeiro que fala inglês sem sotaque algum e ainda é o cara que pega a Jaimie Alexander no final. Para quem não lembra, ela é a guerreira gostosa aleatória de Thor. E para quem não conhece, ela é desse jeito.
De resto, Luis Guzmán é um comediante de apoio melhor que o Knoxville jamais será. Peter Stormare paga seu aluguel e o resto é bobagem.
Uma divertida e tímida homenagem ao gênero faroeste que se perdeu sob o brilho de seu ator principal.
GERÔNIMOOOOOOO…
Adorei o filme!