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Os Croods

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A Dreamworks está de parabéns. Depois de um bom começo com Shrek e filmes duvidosos como Madagascar, ela passou a fazer grandes filmes. Dentre eles, Como Treinar o seu Dragão, Megamente e Kung-fu Panda. Agora fizeram de novo com Os Croods.

A campanha de divulgação de Os Croods engana. Garota pré-histórica tenta quebrar as regras familiares em busca de novidades e avanço. Encontra em um jovem mais evoluído a possível salvação da família. Parece uma bagunça, mas não é de verdade. O problema é que foi vendido o ponto de vista da filha. Mas o filme é a história de um pai tentando entender o que é melhor para sua família em um mundo que avançou além de sua compreensão.
Dá pra ver que a jornada do pai é feita com carinho. O roteiro cria momentos inteligentes ao mostrar de forma sutil como o Grug, o pai, não consegue acompanhar o desenvolvimento de sua família. Chega ao ponto de colocar os personagens em um labirinto e todos se adaptarem para as mudanças, menos ele.
Os Croods é quase todo contado através de gags visuais. Algum tipo de ação acontece constantemente na tela. Não tem explicações em falas, é tudo visual. Não que não seja óbvio. É uma animação para crianças e elas não tem o mesmo poder de compreensão que adultos. Precisa ser óbvio. Mas faz isso sem as tratar de forma idiota.
O esmero visual é tão grande que não tem como desviar os olhos. Principalmente em 3D. A medida que Grug e sua família desvenda o mundo nós o conhecemos junto com eles. A tecnologia torna tudo mais impressionante, com uma profundidade quase palpável. Uma lindeza bem trabalhada.

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Visual de beleza estonteante.

O roteiro comete o erro de começar sob o ponto de vista da garota Eep. Ela se apaixona pelo desconhecido Guy e através do conhecimento dele salva a família da separação dos continentes. Assim que começam a viajar para buscar terreno estável, o protagonista passa a ser o pai.
Acredito que isso se dê porque a dubladora de Eep é a nova queridinha da vez Emma Stone. Só por isso deram tanto destaque para a personagem. Mas quem rouba a cena é Grug, e dou crédito ao Nicolas Cage e aos animadores. O personagem age como o ator. Tem momentos em que eu quase podia ouvir a voz dele, mesmo com a sessão dublada em português.
Para os haters do Cage. Sei que a presença dele é quase garantia certa de filme ruim. Mas ele ainda é um bom ator. E fica visível no Grug. Dá pra sentir a frustração e o desespero dele enquanto a filha, e eventualmente a família, abre mão de seu jeito para abraçar métodos mais novos.
Cage ao lado de seu alter ego, Grug.
Cage ao lado de seu alter ego, Grug.

Eventualmente ele precisa fazer a escolha final para salvar a família e surge um dos momentos mais bonitos que tive a oportunidade de ver em uma animação. É manipulado, cuidadosamente construído para isso. Mas quando bem feito funciona muito bem.
Infelizmente, o filme termina uns dez ou quinze minutos depois do momento correto. Entendi que era necessário por se tratar de um filme infantil e precisar de um final feliz. Mas chega um ponto em que teria o final ideal. Pelo menos a extensão do final é muito boa, mas parece um pouco arrastada.
Fique de olho no “cachorro”, que rende a melhor cena. Uma das melhores piadas que vi em um filme na minha vida. Daquelas que faz rir tanto que você não sabe o que aconteceu na tela durante aqueles minutos que você passou rindo. Em paralelo, temos o gato mais fofo do mundo. Adorei a direção de arte nos animais.
Recomendadíssimo.
 
GERÔNIMOOOOOOOOO…

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