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Os Mercenários 3

The-Expendables-3-Cast
Sylvester Stallone estava aproveitando o sucesso de Rocky 6 e de Rambo 4 pra tentar dar um último suspiro pra si e para os maiores astros dos anos 1970 e 1980 que estão esquecidos. Surgiu Os Mercenários, escrito e dirigido pelo brucutu. O sucesso foi tamanho que ele aumentou a patota reunida para a continuação, mas entregou a direção nas mãos do veterano Simon West. Para o terceiro filme, a imagem acima demonstra o número de gente nova, mas a parte técnica foi passada para um diretor novato.

O grupo Expendables recebe a missão de impedir uma venda de armas de um traficante poderoso e desconhecido. No local, Barney Ross (Stallone) reconhece o antigo parceiro Stonebanks (Gibson) como o criminoso desconhecido. Ross tinha certeza que tinha matado o amigo virado inimigo, mas a presença pessoal dele prova o contrário. Stonebanks foge e ainda fere um dos homens de Barney. Depois da derrota, ele começa a repensar a capacidade do grupo de enfrentar um inimigo tão forte.
O primeiro filme era para ser só uma brincadeira nostálgica, mas Stallone tentou fazer um comentário sobre a guerra e os efeitos da mesma sobre quem sobrevive a ela. Com tanta seriedade, não deu para rir muito. O segundo abriu mão de tudo isso e pegou o roteiro mais clichê possível para reunir a gangue e colocar referências a torto e a direito nas bocas de cada uma das pessoas icônicas. A piada já estava velha, mas ainda fez rir. O terceiro busca a seriedade do primeiro temperada com a zombaria do segundo. Ainda tenta colocar um elenco um pouco mais jovem na brincadeira e diminuir a classificação indicativa.

ex3_042214_1280Os quatro novatos do elenco. Futuro para a série.

A ideia é bem simples. A franquia foi feita para ser uma brincadeira, mas rendeu uma série que está dando muito dinheiro para alguém. Como os astros são todos um bando de velhacos se esforçando mais do que seria recomendado para suas idades e grande parte dos fãs deles estão seguindo o mesmo caminho, nada melhor que garantir um futuro para a fonte de dinheiro. Os novos integrantes mais jovens vão dar continuidade ao grupo e a classificação indicativa permite que uma plateia mais nova possa entrar na lista dos fãs da franquia. Isso em si não incomoda tanto, o problema é que o filme desvia da trama por aproximadamente meia hora para focar na apresentação de cada um desses quatro iniciantes. O roteiro não desenvolve por toda essa parte e o filme parece não levar pra lugar nenhum.
Para piorar, essa reviravolta na equipe começa com Barney demitindo seus amigos porque eles estão ultrapassados. Logo depois de eles terem se arriscado muito para tirar um deles do encarceramento. O cara é um fugitivo e simplesmente vai para um apartamento zoado que acabou de comprar para esperar Barney descobrir seu valor.
Antes da reviravolta, uma cena de ação gigante com takes muitos fechados que não conseguem acompanhar os movimentos rápidos e cortes com pouco tempo entre si deixando tudo ainda mais confuso deixa claro que o diretor Patrick Hughes não sabe fazer ação. Mais duas ou três reviravoltas se seguem e começa o grande clímax que conta com vinte e tantos minutos de explosões, tiroteios, batidas, socos, chutes, helicópteros e por aí vai. Mais dos mesmos takes equivocados e o resultado é outra cena confusa, na qual não se compreende direito tudo o que está acontecendo.
O grande trunfo aqui é o Mel Gibson. O ator australiano é bom. É tão bom que ofusca um elenco comum. Neste caso, parece piada de mau gosto colocá-lo dialogando com o Sylvester Stallone. Alguém teve a ideia genial de dar para ele um monólogo e é simplesmente a melhor coisa de toda a produção. É o quanto o cara é bom. Em um filme feito para vender explosões e tiroteios, ele prende a atenção com um monólogo.

The-Expendables-3-Mel-GibsonMel Gibson. A melhor coisa do filme.

Os atores que participaram dos outros filmes não fazem nada de novo. Os novatos fazem algumas coisas auto referenciais e é só. O Harrison Ford pilota um helicóptero com muitos comentários a lá Han Solo. O Wesley Snipes luta feito um maníaco e solta piadas enquanto o faz. O Antonio Banderas é um latino falastrão que em certo ponto se compara com o Stallone, tal qual o fez no filme Assassinos. O Mel Gibson dá uns golpes de artes marciais estilo Martin Riggs.
No final das contas, em meio a tanta gente que requer algum destaque, ninguém é protagonista de verdade. O filme não tem ritmo, equilíbrio entre os personagens, a ação é mal conduzida e as piadas não tem mais graça. Na tentativa de reunir as qualidades dos dois filmes anteriores, Os Mercenários 3 só consegue repetir os erros. É o pior da franquia, mas ainda há espaço para novas pérolas com outros grandes atores que ainda não deram as caras. O futuro ainda pode ser brilhante para Os Mercenários.
 
ALLONS-YYYYYYYYYYYY…

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