A frase infame diz: “Você aprende mais com os filmes ruins que com os bons.” Seguindo essa ideia, o quarto longa metragem do diretor cearense Halder Gomes é uma das maiores aulas de cinema que alguém pode encontrar em cartaz no momento.
Gomes retoma o padrão de grupo dos Trapalhões, com um quarteto liderado por um nordestino malandro chamado Toinho (Tom Cavalcante) que vive em confronto com o companheiro metido a mais inteligente e galã Romeu (Bruno de Luca) e seguido pelos dois coadjuvantes Ray Van (Whindersson Nunes) e Pilôra (Tirulipa), que se fantasiam para cada ocasião.
Na trama, o grupo se conhece por acidente em um arrastão da polícia na 25 de março e são forçados a trabalhar juntos para organizar um casamento de luxo para a filha do chefe do tráfico do local. Eles terão que usar toda a malandragem de trambiqueiros para fazer um matrimônio sem dinheiro.
Daí ocorrem todo tipo de situação para explorar as individualidades dos protagonistas. Há o momento de bebedeira para o Tom Cavalcante reciclar piadas do personagem João Canabrava, eternizado na Escolinha do Professor Raimundo, o cover de Fábio Júnior para ele imitar o cantor e até uma cena em que ele interpreta um casal na cama.
Já Pilôra e Ray Van são os que se fantasiam de forma preconceituosa. Ou se travestem para se passar por strippers, ou encarnam estereótipos para se passar por estilistas gays, ou fingem que são dançarinas do É o Tchan.
Nenhum deles tem graça porque as piadas se resumem a estereótipos. Isso sem falar com o momento estapafúrdio em que se sugere que dois personagens foram forçados a fazer sexo anal. Mas nenhum dele é tão ruim quanto o Romeu.
A começar porque o personagem está na produção para formar o casal romântico justamente com a noiva. Se não fosse uma trama idiota o bastante, a garota admite imediatamente que trai mesmo, além de estar na produção apenas para ter cenas em que precisa esconder os seios e as pernas. Por mais que a atriz Paloma Bernardi seja bela, não é desculpa para participar de um filme.
E Gomes finalmente se prova como um péssimo diretor. Se Cine Holliúdy é bom justamente por ser brega, aqui é possível ver que foi um acaso. Ele se limita a deixar a câmera solta nos cenários, com iluminação sem expressividade e cenas sem preocupação em ambientação.
Ainda tem inúmeros defeitos, como trilha sonora que emula temas porque claramente não tinha direitos para as músicas. Ou a participação do cantor Wesley Safadão em uma cena rápida para ter o direito a uma música dele. Nada é pior que o Bruno de Luca tentando atuar. O resultado é vergonha alheia para o espectador ao assistir isso como uma produção nacional.
Oooops, Os Parças passou de 1 milhão de espectadores…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk #chupa