Regras básicas de crítica cinematográfica: conhecer contexto, proposta e sinopse. Apresentá-los ao leitor para, logo em seguida, explicar como as escolhas dos realizadores preenchem a proposta, tanto positiva quanto negativamente. Basicamente, dizer qual é a história, o que o filme expressa (ou pretende expressar) e discorrer sobre como a direção, a fotografia, a arte, o roteiro e o elenco conseguiram ou não expressar.
Vou fazer uma contagem rápida dos itens obrigatórios nesta crítica para poder finalizar falando um pouco sobre o que realmente importa no filme Pompeia.
Item 1: História. Um gladiador/escravo se apaixona por uma mulher de classe alta na cidade de Pompeia. Enquanto lutam por seu amor proibido, o Vesúvio entra em erupção.
Item 2: Proposta. Fazer um épico de proporções gigantescas.
Item 3a: Análise da realização – roteiro. Imagine a reunião de pauta. Paul W. S. Anderson chega chateado por receber críticas negativas demais pelo trabalho na franquia Resident Evil. Então, para se provar como diretor, ele pega a estrutura de história de Titanic, mistura com as manipulações de Moulin Rouge, coloca parte da ambientação de Gladiador e a motivação de Conan – O Bárbaro. O roteirista faz tudo isso sem muita coerência narrativa e histórica.
Item 3b: Análise da realização – fotografia. Em termos do uso de cores e luzes, o filme praticamente não diz nada. A diferença fica nas tomadas “grandiosas”. A forma como se utiliza luzes atravessando névoas e lançando sombras contra a câmera aumenta a sensação de grandiosidade e de beleza da Roma antiga.
Item 3c: Análise da realização – arte. É impressionante como Pompeia ganha vida com os cenários grandiosos. Mas tudo parece perfeito demais. Parece que tudo na cidade foi construído e finalizado ontem. Todas as construções são limpas demais, os campos gramados verdes e rasteiros demais. Não passa a impressão de que se trata de uma cidade com mais de cem anos de existência. Por outro lado, o vulcão existe ali como uma força imponente e ameaçadora com toda a sua magnitude.
Item 3d: Análise da realização – elenco. Colocaram o Jon Snow para ser o herói turrão, mas ele está tão inexpressivo aqui quanto é normalmente em Game of Thrones. Deixaram o Kiefer Sutherland solto para ser o vilão que o ator quisesse ser, então ele fica maluco e cheio de trejeitos femininos. O Adewale Akinnuoye-Agbaje (o Mister Eko de Lost) é um bom ator, mas não consegue fazer com que suas falas expositivas façam sentido. A Emily Browning não faz diferença em um papel genérico e bobo (mais culpa do roteiro que da própria atriz).
Item 3e: Análise da realização – direção. Como está escrito na parte de roteiro, o filme mistura Titanic, Moulin Rouge, Gladiador e Conan – O Bárbaro. Mas Paul W. S. Anderson não possui metade do talento de um James Cameron, um Baz Luhrman, um Ridley Scott e um John Milius. Pompeia poderia ser um poderoso drama épico, mas é apenas mais um filme do diretor de Resident Evil.
Fechada a análise. Passamos pela parte obrigatória de escrever uma crítica. Vamos ao que realmente importa em Pompeia.
Emily Browning.
Se tivesse que dar uma nota para Pompeia, daria 7 porque o filme é detestável, mas me permitiu 90 minutos de apreciação visual da senhorita Browning. É uma pena que ela não faça mais filmes e ganhe mais visibilidade.
ALLONS-YYYYYYYYYY…
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