Um cachorro enfrenta diferentes vidas, sempre em busca de entender o propósito da própria existência. Para alcançar o objetivo, ele tem de se adaptar a diferentes donos e convivências. A premissa pode parecer simples, mas o desenvolvimento mostra outra coisa.
Quatro Vidas de um Cachorro é baseado no livro homônimo de W. Bruce Cameron, que também colaborou com o roteiro. Na direção está Lasse Hallström, que também dirigiu outros dois filmes com a temática da ligação humana com cachorros: Sempre ao Seu Lado (2009) e Minha Vida de Cachorro (1985). Como parte do elenco, estão os atores Dennis Quaid, Peggy Lipton, Bryce Gheisar, Britt Robertson, Juliet Rylance e Kirby Howell-Baptiste.
O longa-metragem é semelhante àqueles clássicos de Sessão da Tarde, nos quais o público acompanha as aventuras de um cachorro, enquanto os pensamentos deles são narrados por alguém. Neste caso específico, o espectador fica ciente apenas do que Bailey – que também é Ellie, Tino e Buddy – pensa. A narração fica por conta de Josh Gad (o Olaf, de Frozen).
Mas Quatro Vidas de um Cachorro é mais que uma comédia boba, é também um drama de qualidade. Inclusive, nem boba chega a ser. O filme apresenta vários momentos que causam risadas, mas aqueles que levam lágrimas aos olhos são ainda mais presentes.
É comum ouvir comentários como “eu queria ter a vida de um cachorro”, embasados pela reflexão de que é tudo tão simples para esses animais. O amor incondicional pode até vir de modo rápido e instintivo, mas o que vem em decorrência dele às vezes não é tão tranquilo assim, ainda que não se assemelhe à grande mania humana de complicar tudo.
Com muita delicadeza, Hallström leva às telas mais uma bonita história da ligação humana e canina. Cada vida acompanhada é envolvente e emocionante de modo distinto. E fica a reflexão: será que nós, humanos, realmente precisamos levar e lidar com a vida de modo tão complexo?