De vez em quando alguém me questiona como certo filme se encaixa em uma franquia, em que parte cronológica e quando ele simplesmente anula tudo o que já foi feito. Pensando nisso, fizemos essa lista com uma explicação rápida de cada um dos conceitos que representam a posição de uma obra em uma série.
São quatro os conceitos usados normalmente. Sequência, prequência, remake e reboot. Isso porque algumas franquias já viraram uma bagunça tão grande que muitos filmes são mais de um desses conceitos ao mesmo tempo. Como a imagem principal do post exemplifica bem. Para cada conceito, vou colocar um exemplo que supostamente deveria ser simples e depois, ao final, vou dar um exemplo de um filme que mistura mais de um desses ao mesmo tempo.
Sequência – O nome já diz tudo. Um filme que é sequência dá continuidade a algo que já foi feito antes. Os eventos normalmente estão diretamente ligados aos do filme anterior e tudo acontece depois das ações do primeiro.
Exemplo: Como Treinar o seu Dragão 2. Tudo o que ocorre neste filme é consequência direta do primeiro ao mesmo tempo em que faz com que as ações dos dois funcionem como uma história contínua. Ainda assim, assistir a qualquer um dos filmes isoladamente permite compreender uma história fechada.
Prequência – Muda o prefixo da palavra para pre e temos algo prévio, anterior. Prequência é uma história que se passa antes dos eventos de uma produção anterior. Em muitos casos, esse tipo de filme ganha um zero no título.
Exemplo: Cubo Zero. Houve um filme chamado apenas O Cubo. Foi um sucesso cult que muita gente gosta por conta da qualidade do horror construído. Houve um Cubo 2, que já deixou os fãs com um gosto amargo na boca. Cubo Zero foi a prequência com eventos que ocorriam antes do primeiro, mas sem metade da originalidade ou qualidade.
Remake – Um filme ficou esquecido por conta da idade? Uma boa ideia foi gasta em um mau filme? Uma obra-prima faz sucesso no mundo inteiro mas não é falada em inglês? Um remake pode estar a caminho. Quando o material de origem é bom, o remake é sempre questionável, mas quando a ideia é usar um argumento antigo para uma discussão nova, normalmente saem coisas boas.
Exemplo: A Mosca. Cronenberg pegou uma ficção-científica da década de 1950, quando tudo acontecia por causa de radioatividade, e fez um dos grandes filmes de body-horror quase trinta anos depois.
Reboot – Se um título que rende dinheiro está desgastado pelo número de continuações e prequências, os estúdios não pensarão duas vezes antes de fazer um reboot. O reboot permite a uma franquia ter um novo começo anulando todo o material que já foi feito antes. Nem sempre funciona.
Exemplo: O Espetacular Homem-Aranha. Homem-Aranha 3 foi tão ruim que apagou os ótimos trabalhos feitos anteriormente. Saíram Tobey Maguire, Sam Raimi e cia. Entram o diretor Mark Webb e Andrew Garfield como cabeça de teia. recontou as origens do herói com o objetivo de dar mais vida para o cabeça de teia. Não funcionou e, infelizmente, nem sempre o que vale é a intenção.
Casos especiais – Às vezes uma franquia fica tão velha e ganha tantas continuações, remakes e prequências que apenas um reboot não será o suficiente para salvar a marca. Então a solução é fazer uma reviravolta em uma sequência que volta para o passado das origens e altera tudo. O resultado é uma dúvida. É sequência, prequência, remake ou reboot? Ninguém sabe. Só importa que faz sentido no todo. Pelo menos para alguém faz sentido.
Exemplo: Star Trek. Jornada nas Estrelas teve cinco séries de TV, vinte filmes, histórias em quadrinhos, jogos de videogame e o escambau. Para dar cara nova e retomar o estilo original, J.J. Abrams fez o Spock voltar no tempo, alterar a formação da equipe original e criar aventuras novas com os mesmos em uma dimensão alternativa. Não entendeu? Não precisa se preocupar. Muita gente não conseguiu até hoje.
Continua difícil? Na verdade, essas categorias podem ser mesmo muito complicadas. Minha recomendação é sempre assistir a um filme pelo que ele se propõe. A menos que seja uma continuação direta. Neste caso, talvez valha a pena ter alguma noção da história prévia, mas o ideal é que uma obra se sustente apenas pelo que contém em si.
FANTASTIC…
1 comentário em “Remakes, reboots, sequências e prequências”