Por 
Já foi falado que The Day of the Doctor é um momento de transformação. Não apenas da idade da série, nem somente do personagem, mas de toda uma filosofia que vinha sendo trabalhada ainda antes da retomada em 2005. Mas como tudo isso se deu e quais a prováveis consequências?
São diversas coisas do episódio importantes para essa discussão. Começa pelo fato de que a Billie Piper não está exatamente interpretando a Rose Tyler, mas duas possibilidades. Então temos, é claro, Gallifrey congelada no tempo em algum lugar. A resolução que aceita o War Doctor como um Doctor propriamente dito e a ação conjunta de doutores no final.
Quando a Billie Piper se apresenta, não assume a persona de Rose. O War Doctor sugere que ela é uma interface do aparelho que será o fim dos Timelords, ela não nega, mas se intitula Bad Wolf. O que pode significar duas coisas: ou ela é a máquina fazendo uma espécie de julgamento da alma do Doutor (como a função da máquina é descrita); ou ela é a Rose que acompanhava o doutor do Christopher Eccleston após ter entrado em contato com os poderes da TARDIS.
Um não quer dizer muita coisa, mas o outro significa que a Rose não alterou apenas os eventos de Eccleston e de Tennant quando entrou em contato com o núcleo da nave. Considerando tudo o que acontece no episódio e a união dos 13 doutores no final, a Rose aparece com seu Bad Wolf através de toda a vida do Doutor. Ou seja, ela pode vir a aparecer daquela forma para o Doutor do Peter Capaldi também.
À medida em que o episódio passa, o 10 e o 11 discutem com frequência o que significa a aparição do quadro sobre Gallifrey e o War Doctor. No fim surge a resposta, ele nunca matou os timelords e os daleks. Desde o dia do final da guerra do tempo e por 400 anos, ele assumiu a culpa de ter matado a própria espécie.
A culpa foi a forja para os doutores tristes de Eccleston, Tennant e Smith. Agora, sabendo que ele não precisa mais sentir o peso, o Doutor tem a possibilidade de viver mais contente. Além disso, ainda ficou a promessa de que Gallifrey existe em algum lugar. Seja qual for esse lugar, é para onde o Doutor deve ir agora e encontrar-se com seu povo, e quem sabe, sua família. Deixou de ser uma série sobre um homem fugindo de sua culpa e passou a ser uma série sobre um homem com esperança de não ser mais solitário.
Mas o que esse abandono de culpa também significou foi uma mudança na contagem das regenerações. Afinal de contas, o War Doctor passa a ser um Doutor. O que significa que ele é o verdadeiro 9, enquanto Eccleston, Tennant e Smith passaram a ser 10, 11 e 12 respectivamente. Ainda além disso, Capaldi será o 13 e possivelmente a última encarnação.
Quando os 13 doutores se unem no final, fica a impressão clara de que ali estavam juntas todas as encarnações possíveis. O que pode significar o final da série com o Capaldi. E também muitos problemas de lógica com a cronologia da história da franquia.
Na época do sexto doutor, o personagem enfrentou um inimigo chamado The Valleyard. No final da saga ele descobre que The Valleyard é uma espécie de amalgama de tudo o que há de mal no próprio Doutor e que ele existe em algum ponto entre o 12 e o 13. Como Smith é o 12 e o Capaldi provavelmente será o último, Valleyard deve aparecer em breve. Possivelmente no especial de Natal, cujo teaser trailer já prometeu mostrar o Silêncio caindo.
Ou seja, terá o Silêncio alguma relação com o Valleyard? Descobriremos a resposta dia 24 de dezembro.
FANTASTIC…