Superman voltou aos cinemas. Atualmente ele está em pré-estreia através do país com O Homem de Aço e em breve poderá ser visto por todos. A recepção tem sido média. O filme possui defeitos demais. Parando para repensar em todos os filmes da franquia. Sempre teremos defeitos demais, por melhor que fossem as obras. Por que isso acontece?
Já ouviu a frase, “o filme do super-herói é tão interessante quanto o vilão”? Eu odeio essa ideia. Entendo que uma história precisa de conflito e que em filmes de super poderosos eles se apresentam na forma de vilões. Mas convenhamos, é realmente necessário?
Nos filmes O Cavaleiro das Trevas eles funcionam porque são um reflexo das questões relacionadas a justiça e política. Nos Homem-Aranha não. Tanto o Duende Verde do primeiro quanto o Doutor Octopus são histórias paralelas que levam ao conflito final. Tudo sem grande significado. O Homem de Ferro, com exceção do 3, possui vilões que só estão lá para ter uma briga no final.
Repensando os Homem de Ferro e os Homem-Aranha nota-se um padrão. Os personagens possuem conflitos pessoais interessantes. Tony Stark percebeu o mal por trás de sua fortuna e genialidade e precisa se redescobrir após sobreviver ao cativeiro. Quando o Monge de Ferro surge, ele parece ter sido colocado a força na trama. Com o cabeça de teia, ele tem um melodrama pessoal gigante. Não precisa de vilão.
Observando esses filmes, os vilões normalmente tem uma primeira luta com o herói com mais de uma hora de duração. Por quê? Porque eles são construídos separadamente e depois colocados frente a frente com os heróis. O Cavaleiro das Trevas quebrou isso muito bem. O Coringa do Heath Ledger não é apenas uma luta. Ele é uma ideia, um símbolo dos questionamentos do que o Batman representa.
O Superman nunca teve um vilão nos cinemas que representem um problema pessoal. O Lex Luthor surge com seu super plano com mais de hora de filme. Zod e companhia tem uma luta com o Superman no segundo filme. O terceiro e o quarto filme do personagem são melhores esquecidos. Superman – O Retorno repetiu o primeiro filme. Agora, o do Zack Snyder sofre do mesmo mal.
Superman é o suposto símbolo de esperança que deve orientar a humanidade para um mundo melhor. Mas ele é um homem que precisa descobrir como ser esse guia. É aí que reside a genialidade por trás do personagem. É um conflito humano puro por si só. Por isso mesmo, os filmes do personagem sempre são interessantes até chegar no vilão.
Esse desenvolvimento de personagem é interessantíssimo de acompanhar. Mas como todo filme de herói precisa de vilão, surge Lex Luthor querendo ficar rico com terras (Superman – O Filme e Superman – O Retorno). Ou então Zod aparece com mais de uma hora e meia para começar lutas que destoam de todo o resto do filme (O Homem de Aço).
Quem sabe um filme de super-herói sem um vilão pode ser o melhor filme do estilo? Tirasse o Zod e toda aquela maluquice do final do novo filme e O Homem de Aço seria um dos melhores filmes do ano, senão o melhor.
Mas, seguindo o caminho contrário, a Warner já confirmou Luthor como o vilão de O Homem de Aço 2. Que ele seja uma reflexão sobre o poder alienígena do herói contra o poder humano do vilão. Não apenas um problema a ser resolvido com cenas de ação.
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