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Um Sonho de Liberdade

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Quando foi lançado nos Estados Unidos, Um Sonho de Liberdade ficou em um circuito limitado. Depois de alguma resposta positiva, estrou no circuito nacional dos Estados Unidos e mesmo assim não foi capaz de se pagar. Quando chegou a época do Oscar, esse concorrente tímido estava com sete indicações, dentre elas, melhor filme e melhor ator. Os estadunidenses se pegaram sem saber qual era a desse filme que ninguém tinha visto e que tinha tantas recomendações e indicações.

No ano seguinte, 1995, o debute de Frank Darabont foi o maior sucesso de aluguel do ano. Através do boca a boca resultante do Oscar e da qualidade do filme, todo mundo quis ver a adaptação do conto do Stephen King, nem que fosse em VHS. E nasceu um clássico instantâneo.
Andy Dufresne é acusado pela morte da mulher e do amante dela a duas prisões perpétuas. Na prisão, precisa aprender a lidar com a rotina de outros presidiários perigosos e carcereiros ainda piores para não perder a sanidade e a esperança.
Temas como prisão, tortura e encarceramento geram discussões sobre aquele algo dentro de nós que não nos pode ser negado. O tema é tratado com mais força em livros como 1984, na famosa cena da tortura em que o protagonista abre mão de seu livre arbítrio, ou em HQs como V de Vingança, onde o protagonista tortura a mocinha para lhe mostrar que a liberdade reside dentro dela.
De todos os filmes sobre aprisionamento, Um Sonho de Liberdade é o que representa melhor esse conceito. Andy perde a mulher, a vida que construiu e a carreira. Vai preso pelo resto de sua existência e vive cercado de pessoas em quem não pode confiar. Mesmo assim ele não definha nem se deixa cair pela tristeza e pelo sofrimento. Ele continua de cabeça erguida, sorrindo constantemente e sempre batalhando por aqueles pequenos momentos que nos fazem sentir vivos. Sejam eles sentar ao sol com os amigos para tomar uma cerveja ou apenas ouvir uma música.
Um Sonho de Liberdade não é nenhuma pérola de direção. Tem seus vários momentos impressionantes, mas nada que se destaque. O que faz com que funcione tão bem é a sua história tão poderosa, cheia de momentos de grande beleza e poesia. Cada um desses momentos acrescentam ao conceito principal do filme.
Andy e Red, seu melhor amigo dentro do cárcere, discutem constantemente sobre a esperança. Andy acredita que essa esperança é a força que faz com que a prisão não tenha um grande valor, que quando abrir mão dela, vai realmente estar destituído de sua liberdade. Red teme a esperança pois sabe que ter esperança de sair além daqueles muros pode levar ao desespero e à loucura. Um se fortalece com ela, o outro aprende a viver sem.
O questionamento vai levando ao desfecho, no qual os dois caminhos seguidos por cada personagem leva a um final diferente. Andy consegue muito poder dentro da vida na prisão e chega ao seu clímax no desafio com o diretor, e Red, desprovido de esperança da vida além dos portões, aceita tudo o que construiu lá dentro.
O final eu não vou revelar, mas é lindíssimo. E tem tudo no lugar, música, atores, roteiro, fotografia. Para assistir e nunca esquecer.
GERÔNIMOOOOOOO…

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