Antigamente, Velozes e Furiosos significava algumas coisas em específico. Um drama policial com fundo de carros acelerados e mulheres bonitas. O fundo ainda existe nesse sexto filme, mas o resto foi pela janela tem tempo. A diferença é que finalmente conseguiram fazer o que queriam desde o quarto Velozes e Furiosos. Um grande blockbuster de ação.
Eu poderia dar uma sinopse. Mas a verdade é que a parte mais fraca de Velozes e Furiosos 6 é tentar ter um roteiro. Da história mesmo, só vale mencionar que arrumaram uma boa desculpa para que a Michelle Rodriguez preencha a tela com suas curvas. De resto, é qualquer coisa.
Preciso admitir. O roteiro está mais bem escrito. As cenas são mais bem construídas, os diálogos não soam mais tão ridículos, as piadas não parecem mais forçadas e conseguem até ser engraçadas e aquela dupla de mexicanos bisonha desapareceu do elenco.
Ainda é ruim. Mas não é tão incômodo quanto estava antes. Parece que contrataram um roteirista que não gosta da série recente. O cara faz um monte de analogias aos defeitos da franquia dentro do filme. É como se o próprio filme reconhecesse seus defeitos e fizesse piada com eles. A brincadeira é divertida.
Desde que assumiu a franquia, o diretor Justin Lin tentou mudar a série. Primeiro foi para o Japão falar sobre honra e maturidade. Até que ficou bom, mas não agradou aos fãs. Então voltou para os Estados Unidos, onde resolveu fazer da série um grande nome de ação e espionagem. Sempre fracassando. O quarto e o quinto filmes são mais piadas sem graça que filme de verdade.
Foi só no sexto que aconteceu.
Velozes e Furiosos 6 é um filme de ação absurdo e ridículo. Parece ruim falando assim, mas funciona muito bem. As cenas de perseguição e de luta são excelentes dentro desses absurdos. Não são apenas megalomaníacas. Existe uma construção por dentro. É possível acompanha-las sem ficar perdido. Ainda passam senso de perigo e suspense como a franquia nunca conseguiu.
A trama sai do Rio de Janeiro e vai para Londres. Assim que chega na cidade britânica, apresenta o vilão em uma perseguição impressionante onde todos os riscos do filme são apresentados. É bem feito, bem construído e ainda demonstra a estrutura dos conflitos dos protagonistas contra os vilões.
Logo mais começa um tiroteio que vira uma grande cena de luta em uma estação de metro. É muito boa. Então o filme perde uns quarenta e cinco minutos desenvolvendo o roteiro. É a parte chata.
A história importa tanto que comecei a pensar em afazeres rotineiros durante essa parte. Finalmente começa a ação de novo. Uma cena de perseguição de um escopo absurdo. São quatro carros e duas motos contra um tanque turbinado em uma rodovia movimentada da Inglaterra. A cena lembra bons momentos do Indiana Jones, como a perseguição do tanque em A Última Cruzada.
O final dela é um movimento absurdo. Neste ponto, a franquia finalmente consegue. Quando você ver o Vin Diesel voando através do ar (não é sacanagem, ele realmente faz isso) vai saber que Velozes e Furiosos nunca mais poderá voltar a ser o que era antes. Agora é um blockbuster de ação.
Como se isso não fosse o bastante, o filme tem um clímax ainda maior. Troca o tanque de guerra por um avião militar. Em paralelo aos duelos dos carros contra o avião, uma grande sequência de luta que é sensacional. Tem direito a tudo, herói pequeno contra vilão gigante, mulher com mulher e o obrigatório momento em que os astros de ação se unem. Só que aqui são o Vin Diesel e o Dwane Johnson, duas montanhas de músculos. A forma como trabalham juntos é inacreditável.
Depois de quatro filmes, o Justin Lin finalmente aprendeu a dirigir cenas de ação. Agora só falta alguém dar um bom roteiro para o cara fazer um bom filme de verdade. No mais, Velozes e Furiosos 6 já valeu pela cena do Vin Diesel voador, depois da qual eu fui obrigado a aplaudir no cinema.
P.S.: Espere por uma cena no meio dos créditos. Promete um sétimo ainda mais ridículo e grandioso.
ALLONS-YYYYYYYY…..
Aaaaah todo mundo bateu palma no cinema aqui também! kkkk 😀
Foi mto boa essa cena…
O pessoal falou ‘ah, mas que absurdo’.. e eu disse ‘não mais absurdo do que 007, Indy ou Duro de Matar, por isso é divertido!’ kkkkk 😀