A indústria de videogames passa por um momento interessante. Como uma arte de aproximadamente 40 anos, a linguagem dos jogos eletrônicos ainda se encontra em desenvolvimento. Os realizadores tentam compreender aos poucos e como podem, todas as disponibilidades de criação para a mídia. Um documentário sobre o tema poderia ser aprendizado tanto para os apreciadores quanto para quem não conhece.
Através de entrevistas com celebridades e arquivos históricos, o filme conta a história dos videogames e explora os potenciais da arte. A primeira metade segue uma linha temporal com os principais pontos da história desde a criação em um computador gigante em 1962 até a data do lançamento do documentário. A segunda metade envolve as características específicas que só existem na mídia.
Entre nomes importantes como Hideo Kojima, criador da franquia Metal Gear, e Cliff Beszinski, da franquia Gears of War, e a produção abre espaço para nomes como Will Wheaton, Zach Braff e Chris Hardwick. Ao mesmo tempo em que busca alguns poucos entendedores, os mistura a alguns atores que até participaram de jogos com vozes, mas que não são verdadeiros conhecedores do assunto. O envolvimento dessas pessoas faz com que as informações do documentário fiquem presas a generalizações.
O mesmo se dá com alguns dados levantados que desmentem uns aos outros. No começo, uma informação sobre os grupos que jogam videogames não condiz com outro que aparece pouco depois sobre o número de mulheres que jogam. Em um momento, parece que só homens jogam, depois o dado é negado.
Imagens de arquivo são fundamentais para contar a história.
Poderia haver uma exploração de temas mais complexos. Ao invés disso, o foco é perdido entre um universo de assuntos que não são aprofundados. Rapidamente fala sobre como amizades podem ser formadas online. Muda ainda mais rápido para o potencial de aprendizado de crianças com a interatividade.
Para formar uma narrativa, as diversas imagens de jogos, de arquivo e de entrevistas são misturadas a algumas simulações bizarras, como um take estranho de um casal em um diálogo online, ou de pessoas em uma bilheteria de cinema. Tudo conduzido por um voice-over do ator Sean Astin, mais conhecido como o hobbit Sam, de O Senhor dos Anéis. O texto pega pesado no emotivo. Quando trata da infância, surge uma baboseira sobre o futuro da humanidade sem dados, apenas com o textinho que o ator lê.
É um filme feito para quem não conhece videogames. É uma declaração de amor à arte, com exposição das muitas vantagens da mídia. O excesso, porém, parece forçado e chega até a fazer uma propaganda negativa depois de algum tempo. Como quando alguém fala demais sobre algo pelo qual é apaixonado, mas por falar demais fica chato. Deixa de ensinar e passar a incomodar.
FANTASTIC…