A ideia de juntar o Seth Rogen com o Zac Efron como protagonistas de uma comédia é altamente questionável. Todos os filmes produzidos, escritos ou interpretados pelo simpático comediante tem sempre o mesmo tipo de reflexão, o que está começando a criar um cansaço. E Efron tem se esforçado bastante para mostrar que pode ser um bom ator depois da fama com High School Musical, mas só faz filmes ruins.
Casal (Rogen e Byrne) que acabou de ter um bebê compra uma casa nova. Poucos dias depois a casa vizinha é comprada por uma fraternidade universitária. A princípio, os vizinhos se dão bem, mas quando o barulho das festas impede o bebê de dormir, os confrontos começam.
Como toda comédia envolvendo Rogen e companhia, fotografia, enquadramentos e montagem não recebem uma atenção especial. A ideia é fazer rir e desenvolver alguma reflexão sobre amadurecimento. Aqui essa reflexão surge através de dois personagens em pontos diferentes da vida. Um precisa aceitar a ideia de que é pai e não pode mais se divertir como os jovens. O outro não consegue lidar com o fim da faculdade e a perspectiva da vida de adulto.
Byrne e Rogen. Pais que não querem ser adultos.
O humor sai disso. Os personagens imaturos querem fumar maconha na hora de cuidar de um bebê ou beber muito no lugar de procurar um emprego. Daí eles tem alguma urgência pra corrigir os erros e por aí vai. No caso de Vizinhos, existe um motivo maior para que os dois personagens principais passem a se detestar. O pai se ressente de não conseguir mais curtir a vida daqueles jovens e o presidente da república se lembra ao ver o casal de que aquele é o futuro que o espera. Cada ataque é uma forma de tentar rechaçar esses sentimentos.
Quando o humor cresce espontaneamente dos choques, funciona muitíssimo bem. O problema é quando os vários comediantes em cena resolvem sair improvisando. O diretor Nicholas Stoller não sabe quando deve parar com as piadas relacionadas com um mesmo conceito. Uma cena abre com uma festa temática sobre o Robert De Niro. Ver os atores zombando um do outro enquanto imitam algum personagem específico do ator veterano é hilário. Mas a cena demora demais e, depois de tantas variações da mesma gag, fica chata.
Piada que vai cansando durante a cena.
O foco no humor é tanto que as cenas com desenvolvimento dos personagens praticamente não existem. Então, quando surge alguma reviravolta nessa jornada pessoal de cada um, elas parecem fora de lugar. Ou seja, o crescimento e a parte séria não convencem.
O Seth Rogen está interpretando o mesmo personagem de sempre. O Zac Efron se solta e participa da brincadeira sem vergonha de causar alguma mancha na sua imagem de bom moço queridinho. Ele ainda acerta em cheio na hora de se conter. Os comediantes se soltam e brincam e Efron fica quieto, sabendo que não vai encontrar uma resposta apropriada, então se atém ao roteiro. É triste ver a Rose Byrne fazendo mais uma dessas comédias. Ela é uma excelente atriz dramática e consegue até convencer do nonsense de Rogen sem nunca parecer mais uma maluca dentre aquelas pessoas. Interessante ver como o Dave Franco (irmão do James) trabalha bem, mesmo fazendo os papeis mais ridículos por ainda estar iniciando a carreira de ator.
Vizinhos vale pelos momentos em que faz rir sem se esforçar demais. Porém, quando tenta ter alguma história além das piadas, mais atrapalha que ajuda. Se fosse mais curto e soubesse dar mais destaque para os personagens, seria uma comédia muito superior.
FANTASTIC…
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