O casal Kelly (Rose Byrne) e Mac (Seth Rogen) Radner se livrou de ter os membros da fraternidade Delta Psi Beta como vizinhos e a filha deles já está com dois anos. Compraram uma casa nova e estão prestes a se mudar. No entanto, ainda devem passar por um período de 30 dias no qual os compradores do imóvel atual podem supervisioná-lo e, caso encontrem algo que os incomode, têm o direito de desistir da aquisição. Logo quando a contagem se inicia, os Radner se deparam com uma infeliz surpresa: uma irmandade acaba de alugar a casa ao lado.
Três calouras, após perceberem o mundo sexista presente nas festas promovidas por fraternidades, decidem fundar uma irmandade em que possam festejar da forma que bem entenderem. Procuram uma casa para alugar e encontram a antiga sede da Delta Psi Beta. Na primeira visita que fazem ao imóvel, conhecem Teddy Sanders (Zac Efron), ex-líder da fraternidade, que foi até a casa em um momento de frustração e nostalgia. Ele, que um dia foi um atleta popular que organizava diversas festas e importunava os vizinhos (Rose e Mac), agora está sem rumo na vida e precisa de um novo lugar para morar, pois seu melhor amigo, Pete (Dave Franco), foi pedido em casamento e quer morar apenas com o noivo. Como forma de se sentir útil e importante, Teddy se oferece para ajudar as mulheres e sua nova irmandade, Kappa Nu.
Com medo dos compradores desistirem do imóvel, devido ao barulho proporcionado pelas novas vizinhas, mais uma guerra é iniciada, que nem no primeiro filme. Algumas risadas são causadas no público durante a disputa de adolescentes X adultos. Uma das cenas mais divertidas se dá enquanto Shelby (Chloë Grace Moretz) e outras “irmãs” perseguem Mac, pois ele roubou a maconha que elas estavam vendendo para pagar o aluguel da sede da Kappa Nu. Algumas cenas que envolvem a filha do casal Radner também provocam gargalhadas.
O personagem insuportável e inconsequente de Zac Efron, Teddy, está mais maduro do que no primeiro filme e não demora a perceber que agora faz parte da turma dos “velhos”, apesar de relutar em aceitar. Por isso, muda de lado e passa a ajudar Mac e Kelly. É interessante acompanhar o amadurecimento do jovem, mas ele não deixa de ser um chato.
O longa-metragem foca bastante em passar lições feministas para o público. Durante vários momentos do filme, é mostrado o quanto a sociedade é sexista. As integrantes da Kappa Nu criam a irmandade justamente para ir contra o sistema machista e fazerem tudo que tiverem vontade. Elas percebem o quanto as mulheres são vistas como meros objetos sexuais, por exemplo, ao observar o que acontece em festas promovidas por fraternidades. Mas fica claro a confusão que as jovens, às vezes, têm na compreensão do que o feminismo realmente é. O que acontece com frequência na realidade. E não são só as calouras que tocam em questões igualitárias: Kelly e sua amiga Paula (Carla Gallo) também têm atitudes e falas antissexistas.
O filme, em si, não se destaca. É uma comédia para passar o tempo, na falta de opções melhores, e não inova. Deve atrair um público mais jovem, o que é bom. Pode mostrar para os eles, principalmente as mulheres, a importância do feminismo. Deve abrir os olhos delas para o sexismo, que é tão presente em todos os lugares, além de mostrar a enorme importância da sororidade como forma de combate aos males proporcionados pela desigualdade de gênero. Vizinhos 2 provoca algumas risadas, mas nada demais. Contudo, ainda é melhor que o primeiro filme.