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Oblivion

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Achei interessante quando ouvi em uma conversa de bar pessoas comentando que querem assistir “o novo filme do Tom Cruise” porque não têm vergonha de verem filmes idiotas de ação. Pensei em defender a produção, mas não levei mais que 2 segundos para perceber que não faria diferença alguma. Afinal, o Tom Cruise é só mais um astro de ação. Não tinha como esse filme ser diferente do normal.

Não precisamos lembrar que o senhor cruiseman fez filmes sob a batuta de gente como Barry Levinson, Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Oliver Stone, Tony Scott, Rob Reiner, Sidney Pollack, Brian De Palma, Neil Jordan, Paul Thomas Anderson, Steven Spielberg, Michael Mann, Robert Redford, Bryan Singer. De forma alguma, só precisamos lembrar que Tom Cruise é astro de ação.
Cruise interpreta Jack Harper, um dos últimos homens na Terra. Ele ficou para trás para auxiliar na proteção de plataformas que acumulam energia para o restante da humanidade que vive na lua Titã, de Saturno. Ele cumpre a tarefa com sua companheira, Victoria. Os dois possuem uma parceria muito íntima e eficiente. Jack sente que a realidade em que vive é incômoda e pensa bastante em apenas ficar na Terra.
Dizer mais que isso é besteira. Por isso mesmo recomendo não ver os trailers de Oblivion. Joseph Kosinski se dá ao trabalho de criar uma grande e trabalhada ambientação para esse mundo pós-apocalíptico. É um primeiro ato gigantesco que existe para passar as informações necessárias para o mistérios a serem desvendados.
Assim que o primeiro ato termina, o segundo se desenrola com a mesma lentidão. Não que seja chato. Apenas não é uma enxurrada de cenas de ação mirabolantes. Muito pelo contrário, é uma ficção-científica muito interessante e bem construída. Quase todas as cenas são importantes para a trama. Infelizmente o filme começa e termina com um diabo de um voice-over.
Odeio voice-over. Raramente o uso de uma narração auxilia o desenvolvimento de um filme. Em Oblivion só piora. O filme abre com o Tom Cruise explicando todo o background. Como a Lua foi destruída, como a Terra ficou dizimada, qual a importância do trabalho de Jack e de Victoria. O problema é que é possível tirar todas essas informações do próprio desenvolvimento do primeiro e do segundo ato.
Basicamente, o voice-over anula diversas cenas que se tornam inúteis. Não participei da produção, por isso não sei de nada, mas isso tá com cara de produtores se metendo no produto final. Por outro lado, é a segunda vez que um filme do diretor usa o recurso.

Morgan Freeman. Não. A narração não é dele dessa vez.
Morgan Freeman. Não. A narração não é dele dessa vez.

Tron – O Legado abre com uma narração. Mas naquele filme fazia mais sentido, uma vez que é continuação de uma obra de 1982. Em Oblivion estraga. Não trata o espectador como pessoa inteligente.
Kosinski é um bom diretor. Ele consegue contar sua história através das imagens e das ações. A história contada por ele é auto explicativa. Não precisamos de personagens explicando cada pequeno detalhe. Ter essa desgraça de voice-over faz com que grande parte da primeira hora de filme seja desnecessária. E é uma primeira hora tão boa…
O diretor tem um estilo visual muito bonito e específico. A direção de arte de seus filmes constroem mundos com padrões visuais de cores escuras e texturas lisas. Somando essa ambientação com sua fotografia lindíssima, surgem cenas com imagens lindas. Principalmente as partes na torre de controle onde Victoria vive.
A trilha sonora é realizada pelo M83. Lembrando que a trilha de Tron – O Legado era do Daft Punk, eu quero mais e mais trilhas de filmes do Joseph Kosinski. As músicas funcionam muito bem fora do filme. Para quem quiser uma prévia, foi disponibilizada completa através desse link.
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Andrea Risebourough. Por mim o filme era todo seu.

Os atores cumprem bem seus papéis. Tom Cruise está a mesma coisa de sempre. Sempre que tem que dividir a cena com uma tal de Andrea Riseborough ele apaga. Nunca ouvi falar dessa mulher na minha vida, mas ela é um furacão. Principalmente em uma cena de piscina que acontece próximo do incidente incitante. Poderia assistir aquilo a minha vida inteira.
O Morgan Freeman se esforça e ganha até momento de herói de ação. A divulgação oficial diz que Freeman aceitou o papel porque queria trabalhar com Cruise, de quem é fã. Ali no meio aparece um tal de Nikolaj Coster-Waldau, que é mais conhecido por aí como Jaime Lannister. Ao seu lado temos uma apagadíssima Zoe Bell, que só reconheci nos últimos takes.
Quanto à Olga Kurylenko…
Desculpem. Mas não consiguia prestar atenção no filme sempre que a Olga aparecia.
Desculpem. Mas não conseguia prestar atenção no filme sempre que a Olga aparecia.

O final é clichê. Mas funciona bem porque existe uma construção mais trabalhada. Existe uma discussão sobre alma e humanidade que fica muito superficial e é rapidamente esquecida. O roteiro fica conveniente demais em diversos momentos.
Tem referência a tudo na ficção-científica. Desde 2001 – Uma Odisséia no Espaço, passando por Wall-E, Star Wars e até Independece Day. Mas faz todas essas referências sem perder sua identidade.
É um ótimo trabalho de um diretor ainda começando. Se melhorar com o tempo, vai apenas ficar maravilhoso. Recomendo.
 
ALONS-YYYYYYYYYYY…

1 comentário em “Oblivion

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