Uma respeitada professora da Universidade de Columbia, Erin Gilbert (Kristen Wiig), há anos escreveu um livro sobre a existência de fantasmas, em parceria com a amiga Abigail Yates (Melissa McCarthy). Cotada para ganhar uma cátedra, ela é procurada por um homem que afirma ter havido uma aparição de um “ser do outro mundo”. Então, ela é obrigada a confrontar o passado e procurar “Abby”, o que transforma a vida que tinha até então. Juntamente à engenheira nuclear Jillian Holtzmann (Kate McKinnon) e a funcionária do metrô Patty Tolan (Leslie Jones), elas começam a capturar as criaturas paranormais para impedir que estas destruam Nova Iorque, uma vez que o vilão Rowan quer libertar todos os fantasmas e ocasionar um cataclismo. O reboot Caça-Fantasmas foi escrito por Katie Dippold e Paul Feig, que também foi o responsável pela direção.
O fato de as personagens principais serem mulheres, ao contrário dos quatro homens do filme de 1984, engrandece enormemente o reboot. Um homem bastante abobalhado, Kevin (Chris Hemsworth), é o recepcionista das “ghostbusters”. Ou seja, mais uma inversão de gênero, se comparado ao filme clássico. Escolha que, sem dúvidas, deixa o novo longa-metragem ainda melhor. O teor feminista presente em Caça-Fantasma reforça a sororidade, não a rivalidade feminina, e faz muitas críticas ao machismo.
As atrizes principais trabalham bem e apresentam uma grande química, e o humor não é forçado. Todas as quatro realizam um bom trabalho na atuação, porém o grande destaque é Kate McKinnon, cuja personagem “Holtz” é definitivamente a mais interessante do filme. A engenheira nuclear é a responsável pela construção das armas e armadilhas utilizadas para capturar fantasmas. Nas cenas em que está presente, tende a roubar a atenção do espectador e é responsável por grande parte dos momentos mais divertidos da película. McKinnon incorpora de uma ótima forma a excentricidade da personagem, que lembra um pouco o Inspetor Bugiganga.
Ao invés de já partir para a parte da ação em demasia, como acontece em muitas produções, Caça-Fantasmas consegue introduzir bem a história das quatro mulheres e as peculiaridades de cada uma. Elas são desenvolvidas de um modo que deve cativar o público. O vilão, apesar de não ter tanto destaque e ser pouco explorado, é muito interessante. Ele já foi alvo de diversas brincadeiras de mau gosto, o que culminou em traumas e ódio do ser humano. Vê a libertação dos fantasmas e o cataclismo como uma forma de vingança. O ator que o interpreta, Neil Casey, realmente passa um “ar” maligno na atuação.
Cinco atores do filme de 1984 fazem participações especiais no reboot: Bill Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson, Annie Potts e Sigourney Weaver. As aparições são ótimas e vão deixar os fãs do clássico bastante empolgados. Murray é um homem que “desmascara” fraudes; Aykroyd é um taxista responsável por uma das melhores falas; Hudson é o tio de Patty e dono de uma funerária; Potts é a recepcionista de um hotel, o que tem uma ligação com o próprio papel na produção antiga; e Weaver é a mentora de Holtzmann. Os efeitos do novo longa-metragem são bem melhores do que os do antigo. O 3D, apesar de não ser tão necessário, torna a produção mais divertida. Uma decepção é chegar na sala de cinema com a música do Ray Parker Jr. em mente, e se deparar com a versão do Fall Out Boy. A Missy Elliott também participa, pelo menos, e melhora um pouco o resultado.
Caça-Fantasmas apresenta uma enorme quantidade de referências a outras produções. Jornada nas Estrelas, Super Homem, Tubarão, O Iluminado, Batman, Ghost – Do Outro Lado da Vida, O Exorcista: todos são inseridos de modo divertido. Sem contar com os movimentos de coreografia do Michael Jackson, que Kevin obriga os policiais e agentes a realizarem, quando está possuído por um fantasma. Ozzy Osbourne participa do filme, em uma das cenas mais engraçadas. Enquanto um show de uma banda de rock acontece, as caça-fantasmas perseguem um fantasma que lembra um dragão e levam o público à loucura por achar que faz parte do espetáculo.
Kevin, ganha destaque ao ocupar o papel de “loiro burro”, nessa inversão de gêneros presente no longa-metragem. O estereótipo ridículo e machista da sociedade patriarcal é dado a um homem, que é comandado por quatro mulheres, e deixa tudo ainda mais divertido, com a garantia de muitas gargalhadas. E a escolha de um ator como Chris Hemsworth, com fama e beleza notáveis, tão conhecido por interpretar o herói Thor nos filmes da Marvel, agrega ainda mais ao objetivo da história. E ele realmente faz um ótimo trabalho.
O filme protagonizado pelas mulheres de macacão cativa tanto o público infantil, com o grande uso de cores (seja na famosa gosma verde ou no raio de prótons, por exemplo), quanto o adulto, com a adaptação da história para o período contemporâneo, além da nostalgia causada com a presença do elenco original. Entretanto, as participações servem para deixar claro que a alma do filme é realmente Erin, Abby, Holtz e Patty. Muitos comentários machistas dominaram a rede em relação à estreia do novo Caça-Fantasmas, e o trailer foi o principal alvo. Isso mostra o quanto a sociedade insiste em aceitar a equidade de gêneros. Quem levar em consideração isso tudo, vai perder um filme maravilhoso, que sabe zombar bem a hipocrisia patriarcal e, de bônus, faz a Física e a polarização energética parecerem extremamente legais.
P.S.: Fiquem para os créditos e pós-créditos, para não perderem ainda mais risadas.
Este filme definitivamente cativou o público, apesar de ser um remake. Eu acho que uma grande história, pois é uma nova versão de Ghostbusters merecia e tinha. A grande idéia era investir os jogadores e transformá-los em mulheres. A escolha do elenco é incrível. A crítica do Caça Fantasmas para que muitas coisas diferentes, pessoalmente, é uma boa versão, tem bons efeitos, agora podemos ver fantasmas com maior clareza e definição. O legado pode continuar por gerações.