Inatividade Paranormal é um daqueles filmes ridículos de Hollywood feitos para zombar de outros filmes. O estilo tem um mestre absoluto, o Mel Brooks, e grande parte de suas obras são adoradas ainda hoje como comédias clássicas e inteligentes. Então é contraditório dizer que comédias besteiróis como essa são ridículas. O que é ridículo são as tentativas recentes no gênero. Coisas como Os Espatalhões e Super-Herói – O Filme.
Mas Inatividade Paranormal tem uma vantagem. O filme do qual faz zombaria é horroroso. Tão horroroso que o seu besteirol correspondente consegue ser ainda melhor. Atividade Paranormal é uma franquia imbecil. A história não faz sentido, os filmes são sacais e se sustentam através do susto fácil.
Inatividade Paranormal é esperto ao brincar com todos esses defeitos. Usa todos os truques fajutos, as espectativas de suspense e cria piadas em cima. Não é brilhante como S.O.S. – Tem um Louco Solto no Espaço ou O Jovem Frankenstein, mas funciona. É engraçado.
O mais legal de Inatividade é que não entra atropelando no absurdo como na maioria dos filmes do tipo. A ambientação se dá de forma bastante natural. Um homem compra uma câmera e interage com ela como qualquer pessoa. A namorada vem morar com ele e acidentalmente atropela seu cachorro de estimação. A reação é exagerada, mas ainda é compreensível. Os diálogos e brincadeiras entre os dois são críveis. Quando chega a primeira noite e o filme começa a emular a série de terror é que o besteirol começa.
Ao reconstruir os momentos de terror dos filmes base, Inatividade consegue até produzir mais suspense que seu original. Quando chega ao final, é aquele acúmulo de exageros e situações estapafúrdias. Com direito a um médium gay nu, um presidiário se passando por padre dando tiros a esmo e um típico white trash estadunidense somados ao protagonistas em trechos que brincam com filmes como REC e A Filha do Mal.
É engraçado, mas não é muito bom. Apenas funciona. Tem o mal das comédias que envolvem o Marlon Wayans, roteirista e ator principal. São apelativas e acabam cruzando um pouco a linha do bom senso. Eu até gosto dele como ator, mas suas comédias tendem a ser ruins. Aqui ele se contém até, mas chega um certo ponto e exagera.
Ri bastante, apesar de ofender um pouco aqui e ali. Pelo menos zomba do material certo e é inteligente de vez em quando. Vale uma ida caso não se tenha o que ver. Mas recomendo dar prioridade a filmes muito superiores como O Lado Bom da Vida.
GERÔNIMOOOOOO…
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