Guillermo del Toro aprontou outra. Encontrou um curta de terror interessante, deu dinheiro pro diretor e produziu a versão longa. O resultado é Mama, que já rendeu milhões de piadas com o título. Não se trata de uma história sobre câncer ou sobre silicones. É um filme de terror no estilo que o nosso querido del Toro tanto adora fazer.
Homem encontra as sobrinhas que desapareceram junto com o irmão cinco anos atrás. As duas sobreviveram na floresta, aparentemente sozinhas. O filme deixa bem claro logo no começo que havia uma coisa que as protegia e cuidava. Elas a chamam de Mama. Assim que as meninas vão parar sob os cuidados do irmão e de sua namorada, Mama vem junto de brinde.
Lucas e Annabel são o casal que vai ter que lidar com a entidade dentro de casa. Mais rápido que uma bala, o roteiro se livra de Lucas para dar espaço para a protagonista tomar conta do filme. Annabel não quer ter filhos e procura fugir a todo custo da maternidade. Só aceita tomar conta das meninas porque ama demais o namorado e sabe o quanto é importante para ele.
Portanto, é um filme sobre maternidade. É sobre uma mulher abraçando esse lado e aprendendo a lutar como pode pelas meninas que acabam se tornando sua família.
Surpreendente a escolha da Jessica Chastain para o papel. Ela ficou famosa interpretando uma mãe perfeita em Árvore da Vida. Mais surpreendente ainda é ela ter aceito. A atriz já possui três indicações ao Oscar, é linda e jovem e tem uma possível carreira brilhante a sua frente. Pra que aceitar um papel em um filme de terror padrão? Ainda assim, ela cumpre bem a sua função, como faz em qualquer papel que pega.
Quem gosta de Guillermo del Toro provavelmente assistiu A Espinha do Diabo, seu grande filme de terror. Depois acompanhou suas produções, como Não Tenha Medo do Escuro e O Orfanato. Se é o caso, sabe que os espanhóis são muito superiores ao estadunidense.
Não que seja ruim. Mas Não Tenha Medo do Escuro tende para o ridículo com frequência no decorrer do filme.
Agora vem Mama. Que começa muito bem. A cena de abertura é muito divertida, o desenvolvimento para que Annabel aceite ficar sozinha na casa com as meninas é rápido e bem conduzido. Então começa a enrolação.
São cenas atrás de cenas com a tal da mama dando sustos sem nunca aparecer de verdade. Annabel não acredita nela, mas sabe que tem alguma coisa dentro de casa. As meninas estão sempre brincando com a aparição. O psiquiatra que acompanha o caso vai descobrindo a passos de formiga o segredo por trás da mãe sobrenatural.
De repente as coisas começam a dar errado. O roteiro vai embora. Personagens começam a fazer burrices como ir a uma cabana no meio da floresta no meio da madrugada. Sem motivo aparente. Eles poderiam ir de dia, mas não, vou de noite para a cabana assombrada. Sozinho.
Na casa da Annabel o segredo é revelado e começa uma correria súbita para o final, que é duvidoso. Fica dividido entre o emocional e o piegas. E comete um erro que eu considero terrível. Quebra regras estabelecidas mais cedo no filme.
A ambientação bem feita do curta se perde na fotografia azulada do longa. Ainda funciona bem, mas não é tão assustador quanto aquele videozinho de menos de três minutos. Chega a tender para o ridículo, tal qual o Não Tenha Medo do Escuro.
Infelizmente, não é o filme que prometia. Mas ainda tem seus trunfos, como a trama sobre maternidade e sustos bem realizados. Mas é só isso, sustos.
ALONS-YYYYYYYYY…
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