Adam Jones já foi um dos mais renomados chefs de cozinha em Paris, o que proporcionou para ele duas estrelas no guia Michelin. Porém, a fama sobe à cabeça do cozinheiro e ele acaba com a própria reputação. Comportamento arrogante e uso de drogas o levam ao fracasso e ele se muda para Londres. Lá, tenta se redimir e recomeçar a carreira de sucesso empenhado em conseguir a tão sonhada terceira estrela.
Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida, Trapaça e Sniper Americano), Sienna Miller (G.I. Joe), Daniel Brühl (Bastardos Inglórios), Emma Thompson (Razão e Sensibilidade) e Matthew Rhys (Brothers & Sisters) fazem parte do elenco de Pegando Fogo, que também conta com a participação especial de Uma Thurman (Pulp Fiction e Kill Bill). Na direção e roteiro estão John Wells (Álbum de Família) e Steven Knight (Senhores do Crime), respectivamente.
Pegando Fogo retrata um homem em estado de penitência, em busca de redenção pela destruição que causou à própria vida e carreira. Para tal, Adam procura funcionários (alguns com quem já trabalhou) e um novo restaurante, com a intenção de ganhar a terceira estrela Michelin, uma das principais conquistas do mundo gastronômico.
Cooper faz os pratos com cuidado.
O chef encontra pessoas que estão dispostas a fazer parte do novo negócio; contudo, tende a tratá-los mal. O romance construído entre ele e Helene não acrescenta muito à trama. A personagem de Siena Miller é interessante e até se sobressai, mas individualmente. Como parte do casal, não é bem trabalhada.
Jones é um homem mulherengo, com atitudes demasiadamente arrogantes. Apresenta o típico “comportamento de diva”: ele grita com os outros e quebra coisas. Tem um temperamento difícil de lidar e não aceita que as pessoas errem, o que o deixa ainda mais transtornado e suscetível aos escândalos que faz.
É recomendável que o espectador assista Pegando Fogo devidamente alimentado, pois os bonitos pratos gourmet, acompanhados de uma grande variedade de cores, aparecem frequentemente. As receitas delicadas possuem apresentações lindas e dão água na boca, o que deixa a porta aberta para fome entrar. O acompanhamento das preparações, que ocorrem na cozinha, e o produto final proporcionam belas imagens ao filme.
Cooper maltrata Sienna Miller. Casal romântico que não convence.
Uma realidade retratada na produção é a questão do poder e da influência da mídia. Os críticos gastronômicos são apresentados como pessoas que exercem papéis fundamentais para o restaurante e o chef. São eles um dos principais responsáveis pela propagação da imagem do local, de modo a atrair ou afastar mais clientes. Se publicarem em algum veículo que a comida é de má qualidade, é provável que as pessoas não queiram frequentar o lugar.
O longa-metragem é a história de superação de um homem que busca a imortalidade, como forma de pertencimento. A necessidade de autoafirmação de Adam deixa consequências no caminho, como a inimizade de terceiros. A busca do sucesso, às vezes, é algo que exige paciência e calma, características que não são muito presentes no chef.
Pegando Fogo prende a atenção, mas não surpreende. O roteiro é previsível e não sai do comum de histórias que passam no mundo gastronômico. Bradley Cooper faz uma boa atuação e se destaca nos momentos em que Adam faz escândalo. Daniel Brühl interpreta um dos personagens mais interessantes e convence no papel. Não é um dos melhores trabalhos de Cooper, mas serve para distrair e passa uma boa lição.