A franquia Meu Malvado Favorito faz muito sucesso. Os dois filmes lotaram as salas de cinema com crianças e adultos que se encantaram pelo humor colorido e a história fofinha. Mas preciso ser honesto, não gostei de nenhum dos filmes. Já que é uma opinião contrária à popular, parece justo fazer um texto dizendo o porquê.
Tudo começou com um filme que vendeu a ideia de um vilão lidando com outro mais bem sucedido que ele e três crianças que o ensinam a ser bom. Os trailers vendiam algo no estilo da boa e velha Pantera Cor-de-Rosa. Era o mesmo nonsense, mas sem a inteligência e criatividade.
A trama não criava um desenvolvimento suficiente para acreditar que Gru estava realmente se apaixonando pelas crianças. Era súbito, de repente o personagem decidia ser bom.
Não auxiliava a péssima dublagem nacional, com o Gru se tornando inexpressivo com o sotaque forçado e a voz apagada em português. O filme acabou com a sensação de que foi uma hora perdida da minha vida. Então não fui assistir ao segundo. Imaginei que seria a mesma coisa, uma história fofinha com desenvolvimento fraco.
Agora existem mil e uma tramas paralelas à principal. Um líquido militar roubado transforma criaturas em monstros descontrolados. Ao mesmo tempo, algum tipo de força desconhecida está sequestrando os Minions de Gru. Somar dois mais dois é fácil.
Uma das filhas de Gru está crescendo e ficando interessada em garotos. As três juntas sentem falta de uma presença materna e querem que o pai adotivo arranje uma namorada. Ao mesmo tempo, o personagem principal é colocado para trabalhar ao lado de uma espiã cheia de artimanhas tal qual ele. Tudo é previsível.
Desse emaranhado de tramas paralelas nada se desenvolve de verdade. Gru resolve a identidade do vilão em menos de dez minutos de investigação. Mas os superiores da Liga são contra ele e criam uma reviravolta minúscula para ter um fim de segundo ato. Todas as outras histórias chegam ao seu ponto negativo neste mesmo momento.
A estrutura de roteiro está correta, mas o desenvolvimento é tão pobre que não dá para acreditar em nenhum dos avanços de personagem. Daí o filme termina com um suposto final feliz que já vemos chegando desde o começo, por isso não emociona ou causa empatia.
As piadas vem de humor caricato e de gags. São os Minions passando por situações a la Looney Tunes. O que requer criatividade dos realizadores. Mas, sem a inteligência dos melhores do gênero, não tem graça. Eventualmente surge uma ou outra piada mais original e criativa. Mas rir duas vezes em uma comédia não é satisfatório.
A direção se limita a ficar jogando cenas que usam e abusam do 3D na tela. Só isso. As crianças vão rir das gags simples e acharão bonitinho quando o Gru for atrás do amor e das meninas. Então o público alvo foi atingido, e é o que importa neste caso.
ALLONS-YYYYYYYY…
2 comentários em “Porque não gosto de Meu Malvado Favorito”