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Sete Homens e Um Destino (The Magnificent Seven – 2016)

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Finalmente chegou. O remake do remake. O nome é o mesmo do filme de 1960, a premissa é a mesma dele e do original japonês, mas existe uma dúvida. Cinquenta e seis anos depois, pra quê fazer uma refilmagem de um clássico esquecido de um gênero que não faz mais sucesso?

Mais uma vez uma cidade pequena é perturbada por um bando de bandidos desalmados e recebem como ajuda apenas sete grandes guerreiros. A ideia é antiga: Poucos contra muitos em nome da justiça. Normalmente trata-se de um discurso sobre moral e razões para sacrifícios pessoais, mas nesta releitura do diretor Antoine Fuqua a ideia é a mais básica. Bang-bang no cinema.

É quase um exercício de estética. Fuqua não se importa de aprofundar no drama ou nos conflitos dos personagens. Ele quer fazer grandes tiroteios com tomadas de baixo para cima que engrandecem os caubóis e muitos closes em rostos e olhos usados para criar tensão entre “duelos”. Fazer um remake de um dos maiores clássicos do gênero é só a desculpa para isso.

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Denzel com Chris Pratt. Guardiões do Oeste.

Se existe alguma inteligência ou profundidade aqui, se dá mais pela presença de Nic Pizzolato no roteiro que por Fuqua. Tudo na expressividade do bando principal de protagonistas. Eles são compostos por um negro, um índio, um irlandês, um chinês, um mexicano e dois americanos. Se colocasse uma mulher e um gay ou lésbica, seria a bandeira perfeita da inclusão social. Até tem uma ruiva ali no meio que se defende bem, mas ela não é uma dos principais.

Cada um dos tais sete homens tem alguma característica específica que será útil para o clímax do combate final, mas apenas dois têm personalidade suficiente para realmente serem complexos. O índio está lá para brigar de igual com outro índio, o ilusionista piadista está lá para fazer um truque contra os vilões, o urso está lá para ser forte e arrastar pessoas para fora do perigo, o chinês é só a voz da consciência de outro. De elaborados, apenas Chisolm (Denzel Washington) e Goodnight Robicheaux (Ethan Hawke). Os dois têm problemas passados que terão peso para o combate em duas cenas rápidas.

E é isso. Sobra um filme sobre gente do bem em tiroteios contra gente do mal. Normalmente seria fraco, mas Fuqua compensa a falta de refinamento com ótimas cenas de ação bem dirigidas. Como são tiroteios de sete homens contra centenas, ele constrói a violência com momentos isolados entre os heróis. A melhor de todas é a chegada dos heróis na cidade. Eles matam cerca de 22 capangas em um tiroteio muito bem filmado. Um take mostra Chisolm matar dois homens. O corte mostra os dois caírem por uma janela e entrar no enquadramento de outro dos mocinhos enquanto ele esfaqueia mais dois inimigos. É muito elaborado, dá senso de continuidade e lógica, não deixa o espectador confuso e mantém a grandiosidade de uma batalha com tantos núcleos.

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Goodnight Robicheaux. Um dos poucos personagens com profundidade.

A fotografia de Mauro Fiore engrandece os personagens sem cair no ridículo. Diversas cenas não possuem luz de ataque, mas os contraluzes são duros. Os rostos ficam com sombras que engrandecem os relevos na pele. Mas vai além disso. Muitos enquadramentos são apenas de contornos de pessoas que dialogam na escuridão. Muitas vezes fala sobre as intenções e os passados dos retratados e ainda é de grande beleza.

Ao término, Sete Homens e Um Destino nem deve ser comparado com os filmes anteriores, ele não quer ser como eles. A intenção é ser um faroeste eficiente dentro do estilo e da ação do gênero. E é exatamente o que ele consegue ser, um arrasa quateirão bang-bang como não se vê há décadas. Só por isso já vale o ingresso. Bem que podia ter outro nome, né?

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