Estreia nessa quinta-feira, dia 02 de junho, Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos, uma das produções mais esperadas do ano. O filme, dirigido por Duncan Jones é inspirado na franquia de jogos de mesmo nome. Desde o primeiro jogo, criado pela Blizzard há mais de 20 anos, o Warcraft vem adquirindo um nível de detalhamento digno de Tolkien, com línguas, cenários, personagens complexos e cheios de nuances.
Dessa forma, mesmo respeitando e se mantendo firme na inspiração da obra, Jones consegue fazer com que a película seja apreciada por todos; gamers e não gamers.
A trama, que acompanha eventos do primeiro Warcraft, lançado em 1994, mostra a divisão das duas facções em Horda e Aliança pelos olhares dos dois personagens principais. Durotan (Toby Kebell) é um orc, líder do clã Lobo do Gelo, casado e pai de um menino recém–nascido. Do outro lado, temos Anduin Lothar (Travis Fimmel), um general humano, que faz tudo para proteger seu rei e o povo pelo qual luta. Ambas as partes defendem seus próprios povos e suas próprias crenças e convicções e se veem traídos por alguém de sua própria facção. Assim, o filme faz jus aos jogos, nos quais o jogador poderia escolher entre as duas vertentes e descobrir que, em ambas, existem heróis e vilões.
O roteiro de Charles Leavitt – junto com o próprio Jones – consegue, em geral, ser eficaz e bem amarrado; não há furos aparentes e nem desentendimentos quanto às cenas. Os personagens são apresentados e interligados de forma eficiente durante as pouco mais de 2 horas de filme – com 40 minutos cortados da versão final.
A falha está, talvez, na rapidez com que os acontecimentos vão sendo apresentados. Durante grande parte da produção, a rapidez do roteiro, das falas e das cenas funciona bem, porém, após pouco mais da metade do filme, conseguimos enxergar a pressa para se chegar ao final da trama. Dessa forma, alguns personagens perdem força e consistência e acabam com diálogos fracos e sem impacto, além de ações que não seriam condizentes com seus traços anteriores. Além disso, os mais exigentes e conhecedores da história podem se sentir incomodados com algumas falhas.
Tudo isso pode ser facilmente ultrapassado por um show à parte dos efeitos especiais, que dão a clara sensação de que se vive naquele mundo. A fotografia e produção presenteiam com paisagens e panoramas tirados diretamente do mundo de Azeroth, tudo copiado à risca. Além disso, a Industrial Lights & Magic encomendou uma nova tecnologia de captura de movimentos para que os orcs ficassem naturais e verossímeis. O mais impressionante é conseguir enxergar a atuação dos principais orcs.
Não se pode deixar passar em branco a maravilhosa trilha sonora do brilhante Ramin Djawadi, responsável por produções como Game of Thrones e Círculo de fogo. Ele faz jus à sua fama e apresenta uma trilha presente e forte logo no começo da primeira cena. À medida que os personagens vão sendo apresentados, as músicas se adequam às suas características e raças, o que faz um jogo de ação e reconhecimento fantástico.
O filme é, sem dúvidas, feito para todos os gostos e para leigos, mas, o seu foco principal, com certeza são os fãs, que antecipavam há tempos um filme com essa temática. Por isso, além de ser uma boa experiência, assistir Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos, dá conta do quão divertido é reconhecer lugares e personagens. Apesar de falhas e contratempos, o primeiro filme dá esperança para uma possível sequência, já que o potencial já foi desenvolvido e apresentado em uma bela obra.
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