1001 Filmes – #3: O Nascimento de uma Nação

Como disse no post do filme anterior, é com O Nascimento de uma Nação que começa a ficar complicado. D. W. Griffith fez um filme absurdamente ambicioso com o intuito de explorar os potenciais da arte. Em sua jornada cega, chocou e entrou para a história. Tanto pela adoração à obra quanto pelo ódio.

O Nascimento de uma Nação foi o primeiro épico histórico do cinema. Provou com seu sucesso que as pessoas estavam dispostas a assistir filmes com três horas de duração. Também foi o primeiro passo na construção da narrativa cinematográfica clássica. O último passo de Griffith foi em Intolerância, que pode ser comparado em termos de ritmo narrativo com Matrix.
O problema é que o diretor estava tão interessado em forçar os limites dos filmes que não se importou com o fato de que estava fazendo um filme racista. O obra trata da formação da Ku Klux Klan, os transformando em heróis contra os terríveis vilões abolicionistas e escravos.
Como se o tema já não fosse tão pesado e terrível, a concepção deixa ainda mais pertubador. Durante as filmagens, os atores negros ficavam indignados com a produção e começaram a abandoná-la. Griffith, em sua indiferença com o tema, pintou atores brancos para fazerem os escravos.
Logo, existem motivos tanto para admiração em termos de conquistas e desenvolvimentos técnicos e narrativos, quanto para repúdio pela mensagem absurda e preconceituosa. Em resposta às críticas contra o racismo, Griffith fez Intolerância. Ainda mais grandioso, talvez o filme mais ambicioso já feito.
Para quem tiver algum interesse em ver as três horas mudas e racistas de O Nascimento de uma Nação em prol da técnica, o filme pode ser visto na íntegra abaixo.
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ALONS-YYYYYYYYY…