1001 Filmes – #6: O Gabinete do Doutor Caligari

Dos maiores representantes do movimento Expressionista alemão. O Gabinete do Doutor Caligari é uma referência à maioria dos filmes de terror realizados depois. Com seus rápidos cinquenta minutos, o filme faz crítica política, reinventa representações visuais no cinema e vira bandeira para o que estava acontecendo na Alemanha.

Robert Weise não estava tão interessado em realizar todas as invenções da produção. Mas graças ao envolvimento de Fritz Lang o filme ficou muito mais forte. Foi Lang quem deu a ideia de explicar toda a trama através da narração do protagonista, além da grande reviravolta final.

Deu ao filme uma complexidade que ele não possuía ainda. Infelizmente Fritz Lang se afastou da produção. Robert Weise não se incomoda em ser tão elaborado. Isso se reflete na direção. Weise coloca câmeras centradas no cenário e deixa o ambiente como se fosse um palco. Os movimentos ficam por conta das interpretações.

Mas a grande inovação de Caligari foi a combinação da luz e da arte para criar aquela realidade distorcida e deturpada. As luzes criam sombras duras nos rostos e nos ambientes. Muitas vezes essas sombras chegam a ser mais expressivas que os objetos de onde saem. Criam alongamentos e ameaças constantes.

Os cenários e maquiagens acompanham o estilo. As paredes são tortas, os telhados são pontiagudos, os rostos são pálidos com olheiras e marcas profundas. Qualquer um nota a influência em diretores como Barry Sonenfeld e Tim Burton.

Outro destaque é o que talvez seja o primeiro zumbi da história do cinema. O sonâmbulo Cesare é um monstro a ser temido pelas desinformadas pessoas do vilarejo onde o mistério acontece.

A reviravolta final pode ser refletida em várias produções recentes. Ilha do Medo do Scorsese, ou Identidade, do James Mangold.

Enfim, obra de importância maior do cinema. Como pode ser vista abaixo.

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ALLONS-YYYYYYYY