Chegou a vez da lista que mais gosto de fazer. Não são os melhores nem os piores filmes do ano. Alguns são fracos ou até ruins e outros são ótimos. Na verdade, um deles é terrível. É justamente por conta disso que ele é tão divertido. Esses são os filmes que não tenho nenhum problema em rever diversas vezes porque assisti-los é como ir para um parque de diversões. Principalmente com amigos.
Neste quesito, 2014 foi muito fraco. A lista final ficou com apenas 10 filmes e nenhuma citação especial. Esses foram os peneirados. Ou isso, ou eu consegui evitar muitos filmes ruins que me fariam rir muito. Fique com eles.
Uma Aventura LEGO – Parecia apenas uma obra oportunista que se aproveitava mais da biblioteca imensa de personagens populares que os brinquedos LEGO possuem. Entretanto, Uma Aventura LEGO nunca para com as piadas e, ao final, brinca com os conceitos iniciais de roteiro ao explicar como grande parte das tramas de heróis contemporâneas são infantis, ultrapassadas e estúpidas. Sem contar com a hilária participação do Will Ferrell durante essa zombaria com metalinguagem.
Need for Speed: O Filme – Need for Speed é uma adaptação de uma franquia de jogos de corrida sem história. Com noção disso, os produtores chamaram um grande coordenador de dublês para fazer ação com carros reais e caros com técnicas ousadas de filmagem. O resultado é um filme ilógico que, não fosse a extensão excessiva, seria extraordinariamente divertido. Ainda assim, permite rir dos diálogos e reviravoltas estúpidos ao mesmo tempo em que tem cenas de ação impressionantes com o ótimo trabalho dos dublês.
Godzilla – Lembro muito especificamente do dia da cabine de Godzilla. Fui para o cinema sem muita expectativa. Minha amiga estava envolvida em uma conversa da qual não podia fazer parte e assim, entrei sozinho para ver a nova obra estadunidense do lagartão. Tudo somou. Trilha musical, edição de som, o clímax grandioso mas nunca estapafúrdio e o desenvolvimento do roteiro lento, mas envolvente. Quando o filme acabou, quase saí correndo para não conversar com os outros e estragar a ótima experiência que tive naquela sala de cinema.
No Limite do Amanhã – Uma das tristezas deste filme é saber que ele foi fracasso e provavelmente vai significar a despedida do Tom Cruise do segmento de ação com ficção-científica. Mistura da estrutura de Feitiço do Tempo com guerra alienígena e características de animes, No Limite do Amanhã tem um dos finais mais idiotas do cinema (sem sacanagem). O filme, porém, é tão divertido que é impossível dizer que ele é ruim. Para o saldo ser positivo mesmo com um final falho, é porque a diversão foi muito além do comum. Não é à toa que vi o filme em mais de uma lista de melhores do ano por aí.
Muppets 2: Procurados e Amados – Muppets 2 é da zoeira. Os criadores sabem que a turma anárquica de outras eras é agora voltada para crianças. Então não se permite ir longe demais no nonsense. Apenas o suficiente para que o Danny Trejo interprete o Danny Trejo preso em uma prisão russa de segurança máxima. Piadas sem pausa e canções hilárias que brincam com os estereótipos padrões que os personagens assumem durante a trama garantem a diversão.
Anjos da Lei 2 – O primeiro já foi uma surpresa. Adaptação para o cinema de série policial da década de 1980 de premissa absurda, o acerto foi zombar desses filmes que nunca deveriam ser feitos. Os protagonistas não são sérios e zombam até dos conflitos principais. A continuação foca a zombaria em continuações e ainda fecha brincando com o ínfame ego do Jonah Hill. Nada nunca vai apagar da memória a cena em que Channing Tatum dança drogado uma música cuja letra se resume a “bundas e tetas”.
No Olho do Tornado – O pior filme da lista. É difícil um filme tão ruim ser tão gostoso de assistir. Estereótipos levados ao extremo do ridículo, um dos friendzones mais hilários do cinema, efeitos bacanas, uma morte extraordinária envolvendo um tornado de fogo e a melhor piada sobre limpeza retal já feita. Tudo, é claro, involuntário. Do jeito que todos os filmes ruins deveriam ser. Diga-se de passagem, é o melhor filme do ator Richard Armitage (conhecido como Thorin Escudo de Carvalho).
Festa no Céu – Festa no Céu é uma animação interessante. Filme estadunidense que pretende ensinar sobre a cultura mexicana. Músicas envolventes e referentes a temas clássicos. Uma cena surpreendentemente emocionante em que um matador pede desculpas para um touro. Com sua duração enxuta, o filme cativa, faz rir e ainda educa. Uma das trilhas sonoras que ainda escuto quando tenho chance.
De Volta ao Jogo – Seria o filme mais divertido do ano, não fosse o próximo da lista. Quem diria que um filme do Keanu Reeves sobre um assassino aposentado que mata toda uma gangue para se vingar pela morte do cachorro seria tão bom. E não é involuntário. O debute na direção de um coordenador de dublês possui construção extraordinária do que o personagem principal (você nunca vai esquecer das palavras John Wick) é capaz. Melhor ainda é que, quando ele começa a matar, ele apresenta o talento que foi sugerido anteriormente.
Guardiões da Galáxia – Meu amigo Eduardo me falou o seguinte sobre a experiência de assistir este filme no cinema: “Eu não acreditava no que eu estava vendo.”. O filme sobre um humano, dois alienígenas humanoides e vingativos, uma árvore carismática e um guaxinim que fala e ama armas sabe que sua proposta é ridícula, por isso é metade comédia. A genialidade é dar uma base séria e até trágica para que o grupo consiga ser envolvente ao mesmo tempo em que não param de ser cômicos e com conceitos morais deturpados. Difícil pensar em algo mais divertido que Guardiões da Galáxia.
Assisti a quase todos esses filmes mais de uma vez e me diverti horrores com todos. Se você quer só se divertir, assista a um deles. Talvez não sejam as melhores experiências dos ano, mas são garantia de uma sessão que será extraordinariamente válida.
GERÔNIMOOOOOOOO…