Em julho de 1969, o mundo parou para acompanhar os primeiros passos do ser humano na Lua. Contudo, por trás da enorme conquista da missão Apollo 11, houve uma extensa trajetória de erros e dramas que acompanharam o astronauta Neil Armstrong, cuja história é o foco do novo filme O Primeiro Homem.
A história do astronauta é contada sob direção do premiado Damien Chazelle (Whiplash e La La Land). O roteiro, baseado em livro de James R. Hansen, foi escrito por Josh Singer, um dos responsáveis por Spotlight – Segredos Revelados e The Post – A Guerra Secreta. O elenco é constituído por Ryan Gosling (Drive), Claire Foy (The Crown), Jason Clarke (A Hora Mais Escura), Lukas Haas (A Origem), Corey Stoll (Homem-Formiga), entre outros.
O filme começa em 1961, antes de Armstrong trabalhar para a Nasa. Ele entra no quadro de funcionários da companhia americana para participar do projeto Gemini, no ano seguinte. Porém, a trama não trata exclusivamente da viagem ao espaço (inclusive, a chegada à Lua acontece quase no final), mas também da vida pessoal do astronauta, como a relação com a família e o impacto do labor nas relações.
As atuações, no geral, são bastante positivas. Ryan Gosling consegue entregar um drama envolvente, e Claire Foy – responsável pela esposa do comandante na telona – surpreende e consegue dar destaque e relevância à mulher. A direção de Chazelle também é bem executada, mas a necessidade que ele tem de inserir jazz em todos trabalhos não foi aplicada de uma boa forma no novo filme.
A fotografia, dirigida por Linus Sandgren (La La Land e Trapaça), é de alta qualidade em O Primeiro Homem. Planos subjetivos tornam possível que o espectador compartilhe emoções com o personagem principal, assim como se sinta perturbado, em alguns momentos, como em testes e missões espaciais.
Uma questão notável na trama é a falta de destaque aos demais integrantes da missão Apollo 11. Ok, o filme é sobre Neil Armstrong, mas precisa desvalorizar os outros dois? Edwin Aldrin (piloto do módulo lunar), por exemplo, é citado apenas como “Buzz” – apelido que, no caso de quem nunca ouviu falar nele, jamais saberia de quem se trata ao assistir à obra. O outro astronauta, Michael Collins (piloto do módulo de comando), também não tem o sobrenome abordado.
Apesar de, na época em que a missão aconteceu, o alvoroço da população ter sido grande, na cena contemporânea, mal pensamos no quão incrível é a possibilidade de o homem chegar à Lua. E essa é uma reflexão que O Primeiro Homem gera no público, que passa a enxergar com olhos muito mais interessados esse grande feito da humanidade. Vale a ida ao cinema.